quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ECONOMIA - Como e quando começar a ensinar educação financeira para seus filhos

Muitos pais sentem dificuldades de iniciar a educação financeira de seus filhos, seja por não saber qual é a melhor maneira de abordar o assunto ou quando é a hora certa de começar a conversar sobre dinheiro. Mas, para a surpresa dos pais, as crianças aprendem desde muitos  novas a associarem dinheiro com compras.  Para a educadora financeira e criadora do Programa Educação Financeira, Cássia D'Aquino, quem determina a hora de começar falar sobre dinheiro é a própria criança. "Em torno dos dois anos e meio a criança já se dá conta de que o dinheiro existe, de que ele dá acesso às coisas e de que os país possuem esse dinheiro", afirma Cássia. Por isso, quando os filhos começarem a pedir para comprar produtos, já é hora de incluí-los no planejamento da economia familiar.

Mesada
Uma das formas mais conhecidas pelos pais de introduzir o tema dinheiro na vida dos filhos é oferecendo mesada para eles. No entanto, Cássia acredita que está é a maneira mais "chata" de ensinar sobre finanças. "Os pais precisam ter consciência de que é preciso dar mesada no dia certo, trocar o dinheiro em notas de menor valor, para que a criança possa utilizar, saber punir a criança e entender que não basta dar o dinheiro para o filho, é preciso também conversar sobre os gastos", explica.  Para os pais que ainda assim preferem fazer uso da mesada, Cássia ensina que dos três aos seis anos, as crianças devem receber pouco dinheiro e uma vez por semana. Junto com a "semanada" os filhos devem ter um calendário para que elas possam ir criando a noção de tempo e possam se acostumar com a espera de receber os dinheiro no dia certo. Os pais não devem se esquecer de explicar, de forma simples, que o dinheirinho que as crianças estão recebendo serve para elas comprarem o que elas querem.

Dos seis aos onze anos já é possível incentivar os planejamentos de curto prazo, mantendo o sistema se semanada. Para realizar o aumento do valor da mesada, a educadora aconselha acrescentar R$ 1 a cada ano de idade, então, se a criança tem oito anos ela deve receber R$ 8. A partir dos doze anos, os filhos podem passar a receber mesada, e para que haja aumento, os pais devem incentivar as crianças a justificar e contextualizar o porquê ela precisa ter mais dinheiro, desta forma é composto um ambiente de conversa na família, intera os pais dos gastos dos filhos e prepara as crianças para o mercado de trabalho, onde elas precisarão justificar os pedidos de aumento de salário.

Cássia lembra que as falências são bem-vindas durante a infância, pois é uma forma de ensinar as crianças do que fazer se o dinheiro, que não cobre todos os gastos, ou recebendo muito dinheiro, a ponto de não conseguirem controlar o orçamento. Quando os filhos entram na universidade, a educadora acredita ser o momento ideal de parar de oferecer a mesada, pois desta forma incentiva os adolescentes a procurarem um emprego. "O problema não é parar de dar a mesada, o problema é se conscientizar de que os filhos cresceram", afirma.
Fonte: O Estadão 

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