A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada pelo governo federal esse ano, trouxe notícia positiva para as empresas de automóveis que tentam a todo custo - e com apoio do ministro da Fazenda, Guido Mantega - desocupar os pátios das montadoras. A medida, depois de abalar as finanças dos municípios e estados, terá agora reflexo direto no Imposto Sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) do próximo ano.
Num país onde a carga tributária é altíssima, algo em torno de 36% do PIB, a redução do IPI poderia ser motivo de orgulho para o brasileiro, mas pode ter também resultado negativo na valorização do veículo do consumidor. Como o IPVA é cobrado com base no valor dos veículos, automaticamente significa que o patrimônio das pessoas estará sofrendo uma desvalorização a partir do ano que vem.
No caso de Rondônia, o IPVA é repassado para investimentos na melhoria do trânsito e na implantação de sinalização. Significa também que os municípios terão menos menos recursos para esse tipo de investimento a partir do próximo ano. Uma pesquisa feita pela agência AutoInforme/Molica, revela que a redução do imposto será 10% e pode chegar até 15% para algumas marcas de veículos.
O reflexo da redução do IPI também causou um nocaute direto nas finanças das prefeituras e a transferência de recursos por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Alguns municípios terão dificuldades para pagar os salários do mês de dezembro e o governo federal deve socorrer essas cidades que estão com o orçamento negativo. Por um lado, a redução do IPI faz com que o mercado de automóvel fique bem aquecido e afasta de vez o espírito da crise econômica que assola o mercado europeu. Por outro, o consumidor compra um bem novo já desvalorizado.
Fonte: Editorial - Diário da Amazônia
Nenhum comentário:
Postar um comentário