Apenas 20% dos tipos de tumores são hereditários e demais casos podem ser prevenidos com hábitos corretos.
O câncer pode ser evitado. Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) revela que 20% dos tipos de câncer estão relacionados à herança genética, por isso dos outros 80%, causados por fatores externos, são evitáveis com maior ou menor grau. No trabalho, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é apontado por especialistas como o meio através do qual se pode reduzir o desenvolvimento de 17 tipos de células cancerígenas em 57 diferentes profissionais. Mas, não é só no trabalho que se pode evitar a doença. Não consumir álcool e cigarros, ter uma alimentação correta, evitar ter vários parceiros sexuais e subsatituir alguns produtos do uso cotidiano tambémn são medidas fundamentais para prevenir os tumores.
"Quando não existe a carga hereditária, são fatores externos que vão causar alterações nas células do nosso organismo. Existem algumas substâncias que provocam o cãncer, mas que a medicina ainda não conhece. Por isso, não podemos dizer que conseguimos evitar 100% a doença mas, sem dúvidas, conseguimos minimizar as chances de aparecimento com cuidados básicos", explica o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Anderson Arantes Silvestrini.
O uso de máscaras, aponta o médico, deve se estender não somente aos marceneiros, mas a qualquer profissional que mexa também com substãncias voláteis (que evaporam e ficam no ambiente). Essa realidade, porém, ainda é distante e não atinge todos os trabalhadores, principalmente os autônomos.
Um bom exemplo é José dos Santos, conhecido como Dedé, que tem 67 anos. Há 44, ele vive de sua marcenaria, localizada no Varadouro, em João Pessoa. Embora já tenha sido internado 40 anos atrás já por problemas no pulmão, decorrentes de seu trabalho, ele explica que desde então, nunca mais foi ao médico. "Quando tenho que fazer alguma coisa que dá muita poeria, eu coloco um pano molhado tapando a boca. Eu sei que faz mal, mas nunca mais senti nada, por isso não procurei fazer exame nenhum". Para Marcos Marchi do Hospítal napoleão Laureano, é justamente esse o problema. "As pessoas só acreditam que o problema é sério quando começa a incomodar. Aí já pode ser tarde demais", pontua.
Fonte: Tássio Ponce de Leon/Jornal Correio da Paraíba
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