Qual a vantagem em comprar um modelo bicombustível, já que a moto gasta pouco e a relação entre o preço do álcool e o da gasolina nem sempre vale a pena?
Em termos genéricos, presume-se que um motor consuma 30% mais ao queimar etanol em lugar de gasolina. Daí que, para ser econômico, o preço do álcool deveria guardar essa proporção diante da gasolina. Mas não tão simples. O álcool deveria representar a opção principal, ainda que seu custo seja um pouco mais alto. O álcool é mais limpo e bem menos adulterado que a gasolina. Quando sofre adulteração, recebe água em pequena proporção e não solventes sintéticos, como o tolueno, frequentemente adiconado à gasolina. Esses solventes, além de serem terrivelmente poluentes, criam goma e, se contaminarem o óleo lubrificante, podem pôr o motor em risco. O álcool causa menos carbonização do motgor que a gasolina. Isso reduz a frequência de manutenção e preserva o funcionamento e a vida útil de componentes como velas de ignção e sedes de válvulas.
A contaminação do óleo, quando ocorre, é bem menos perniciosa. Forma menos borra e mantém a linha de combustível mais limpa. O etanol polui menos e suas emissões são menos nocivas à saúde e ao ambiente que as emitidas pelos combustíveis fósseis. O álcool tem como dejeto principal de sua queima os aldeídos - não são inofensivos, mas são moléculas orgãncias, menos tóxicas. Já a gasolina produz monóxido de carbono e hidrocarbonetos, bem mais tóxicos e prejudiais. O álcool também tem maior poder antidetonante, ou seja, é menos propenso aentrar em pré-ignição que a gasolina - tem número octano mais alto e permite que o motor trabalhe com taxa de compressão mais alta, permitindo ganho de potência. Há um mito que vem lá dos anos 70 de que o álcool seria mais corrosivo. Isso deixou de ser verdade há tempos. Nossa gasolina tem em torno de 25% de etanol e a linha de qualquer combustível é resistente a essa corrosividade. A opção pelo flex é política: serve para regular a oferta e os preços dos dois combustíveis.
Fonte: Quadros Rodas/MOTO
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