TEMOS MAIS UM TÍTULO MUNDIAL
TENEBROSO PARA LAMENTAR
Não foi difícil, mas eles conseguiram. Com as leis de proteção ao crime, criadas nas últimas duas décadas, as cabeças pensantes, os parlamentares e os governantes do Brasil conquistaram mais um título mundial para nosso país. Somos hoje também campeões mundiais no triste ranking em números absolutos de assassinatos. Parâmetros internacionais consideram que um país sofre violência endêmica a partir de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. No Brasil, a média é de 26 assassinatos por 100 mil. Em alguns estados, o índice chega a alarmantes 60 homicídios por 100 mil pessoas. Mas as péssimas notícias não param por aí. Tem mais! Os homicídios apavoram a população e crescem na mesma proporção que a impunidade imposta aos brasileiros por gente que está se lixando para toda essa violência. Pesquisa nacional realizado por organismos do próprio governo, concluiu que de 92 mil inquéritos concluídos pelas polícias do país até 2007, apenas 6% dos responsáveis pelos crimes foram levadas ao banco dos réus. Alguém aí quer mais? Pois lá vai: de quase 135 mil inquéritos que investigaram homicídios dolosos até o final de 2007, apenas 43 mil foram concluídos.
E o que fazem nossos governantes e congressistas? Discutem o sexo dos anjos. Teorizam sobre como proteger menores assassinos. Criam comissões de notáveis que querem encher o Código Penal de perfumarias e questões periféricas; discursam sobre um país ideal. E fecham os olhos para a violência que se alastra como uma praga e que já mata, por ano, mais brasileiros do que todos os americanos mortos durante toda a sangrenta guerra do Vietnam. No fundo, no fundo, somos nós, vítimas e culpados. Somos nós que elegemos e reelegemos essa gente. Então, reclamar para quem?
HERMÍNIO E A TV
Até por não estar apaixonado pela ideia de concorrer à Prefeitura de Capital, o presidente da Assembleia, Hermínio Coelho, ainda dependeria de algumas circunstâncias, caso mudasse sua convicção de ficar onde está. Seu partido, o PSD, ainda não tem aval do TSE e pode ficar até sem espaço no horário eleitoral gratuito. Mesmo que o TSE dê decisão favorável, sozinho Hermínio, caso candidato, teria pouco mais de 30 segundos para falar com os eleitores. Só uma aliança muito forte – como por exemplo uma dobradinha com a tucana Mariana Carvalho – lhe daria o espaço necessário no rádio e TV.
FORTÍSSIMO
Oficialmente, Hermínio, pré candidato fortíssimo, ainda não se pronuncia, porque está esperando o andar dos acontecimentos. Mas, lá na frente, a tendência é que ele volte ao seu projeto original de ficar no comando da Assembleia Legislativa, o que já é um desafio hercúleo. Não fosse a insistência do presidente regional do PSD, o deputado federal Moreira Mendes e de alguns assessores que o consideram o nome certo para a Prefeitura, Hermínio já teria aberto mão do desafio. Pode fazê-lo nos próximos dias, se o quadro não se modificar.
ESTACIONAR ONDE?
A partir de setembro, quando começar a funcionar, o Centro Político Administrativo, agora chamado de Palácio Rio Madeira, vai receber em torno de cinco mil servidores públicos, espalhados em quase 40 secretarias e órgãos estatais que ali se concentrarão. Um dos mais sérios problemas a se enfrentar será o enorme número de carros que vão circular naquela área. Mais complexo ainda: não haverá estacionamento nem para uma pequena parte dos milhares de veículos dos funcionários que trabalharão no local. Grande preocupação, já comentada inclusive pelo próprio governador Confúcio Moura.
GRANDE ECONOMIA
O governo está estudando várias alternativas para enfrentar a situação. Mas já comemora uma economia de mais de 30 milhões por ano, hoje gastos com aluguéis de prédios para diversas secretarias espalhadas por vários locais. Há possibilidade inclusive se ser construído um complexo de garagens para receber tantos veículos dos servidores. A situação do trânsito também está sendo discutida sob vários ângulos e as alternativas para solução do caso já estão sendo analisadas. Mas, no primeiro momento, o impacto será enorme no bairro Pedrinhas e região do novo complexo governamental.
NOVELA SEM FIM
A burocracia infernal criada na estrutura dos governos no Brasil cria situações impressionantes. Como no caso das famílias que tiveram que sair de suas casas para a construção da ponte sobre o rio Madeira, no bairro da Balsa. O Dnit tem que indenizar, mas só o fará depois que for autorizado o uso de uma área do outro lado do rio para relocação das famílias. Daí, começa uma longa novela que ninguém sabe quando terminará.
LABIRINTO SATÂNICO
A Prefeitura já doou a área para a construção das casas dos exilados pela ponte, mas a doação dependeu de aprovação da Câmara Municipal, o que demandou longo tempo. Agora, não há estudo de impacto ambiental nem de um tal impacto de trânsito. Sem isso, nada feito. É um emaranhado de leis, um labirinto satânico, criado pelo Estado (no sentido amplo da palavra) que se alimenta da burocracia. Tudo é feito para que nada funcione. Incrível!
PERGUNTINHA
Depois de ver o futebol de alta qualidade de algumas seleções da Eurocopa 2012, não dá um frio na espinha saber que não temos sequer um time alinhavado para 2014?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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