Uma pesquisa mostrra que pessoas submetidas à cirurgia bariátrica têm maior risco de se tornarem dependentes de álcool. A cirurgia, chamada bypass gástrico, reduz o tamanho do estômago e direciona os alimentos para uma áera dos instestinos que absaorve menos nutrientes e calorias. Pesquisas anteiores já haviam mostrado que quem faz essa cirugia passa a metabolizar o álcool de forma diferente, leva mais tempo para retornar à sobriedade, sente-se alterado mais rapidamente depois de beber pouco e tem mais dificuldade de controlar a ingestão de bebida.
Cerca de 2.000 pacientes dos EUA participaram do trabalho, conduzido por pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh e publicano no "Jornal of the American Medical Association". Eles foram acompanhados antes da cirurgia e dois anos após a operação e preencheram uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde para identificar sintomas de abuso de álcool.
O estudo descobriu que 7,6% dos pacientes tinham problemas com álcool antes da cirurgia. Dois anos após a operação, essa taxa subiu para 9,6%, o que signfica 2.000 novos casos de abuso de bebida por ano nos EUA. Os pacientes relataram maior frequeência de sintomas como necesidade de beber de manhã, perda de memória e sentimento de culpa. O consumo de álcool também aumentou entre os pacientes no segundo ano após a operação, comparado com o pré-operatório e com o primeiro ano.
Esse é o primeiro estudo a mostrar que, com o aumento da sensibilidade ao álcool, há também um aumento no risco de dependência e abuso da bebida. Especialistas afirmam que o fato de o álcool ser absorvido mais rapidamente pode torná-lo também mais viciante. Segundo Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o estudo é importante para desmistificar a ídéia de que esses paqcientes trocam uma compulsão por outra. "Como há uma maior absorção do álcool, eles ficam alcoolizados, mais rapidamente e isso aumenta a chance de ter outros problemas. A pesquisa vai ajudar a mostrar a eles que podem beber, mas com cautela."
Fonte: Revista Médica
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