QUANDO OS PODEROSOS ESTÃO EM
GUERRA, A VERDADE É SECUNDÁRIA
O contra ataque da Revista Veja contra a denúncia de petistas de envolvê-la em relações, no mínimo suspeitas, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, foi duro e quase letal. Na edição que circulou nesse final de semana, a Veja denunciou que o ex-presidente Lula teria tentado dissuadir o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, a não julgar o caso do mensalão neste momento. Pior de tudo: o próprio ministro confirmou tudo. A verdade verdadeira é que nesse filme de terror que estamos vendo, não tem mocinho. A CPI do Cachoeira tende a não chegar a lugar nenhum, porque muitos poderosos, é claro, não serão chamados a depor. E o mensalão não existiu, na versão de Lula, que disse que o que o que houve, foi uma tentativa de golpe contra seu governo. Como aliás, reafirmou Lula. Teria havido contra Collor de Mello, o Presidente deposto. Lula certamente se esqueceu que foi ele e sua gente, que mobilizou o país para derrubar Collor. Mas, isso, certamente, é apenas um detalhe. Então, a Veja, aliada da Rede Globo e da Folha de São Paulo (poderosíssimas, juntas), foram denunciadas no caso Cachoeira por alguns dos nomes mais importantes do PT. A resposta não demorou.
Fica um pequeno fio de esperança. Quando gente tão poderosa decide declarar guerra uns aos outros, há uma chance de que a podridão de todos os lados seja conhecida, senão toda, pelo menos em parte. Mas a tendência, infelizmente, é que dentro de alguns dias – se o caso não fugir à vida real – todos vão querer a paz. Vão se proteger, porque o que importa são os negócios, é a grana, é o poder. E não vão querer brigar mais, ao menos num nível em que possa haver grandes riscos para uns ou outros. A verdade: ah!, essa tem importância relativa. Infelizmente, estamos assistindo novamente a tudo isso. E impotentes para mudar esse nosso país, onde quem nos domina é que cria a versão da História, da forma que melhor lhes aprouver.
SEM PRESSA
Ao contrário do que ouve e lê, pode até não haver eleição para os quatro cargos vagos da Mesa Diretora da Assembleia nesta terça. O presidente José Hermínio Coelho tem até 30 dias a partir da vacância dos postos, para fazer nova eleição. Porque fazê-la em regime de urgência, num clima ainda traumático que vive o parlamento, depois do rolo da Comissão Processante, da cassação de Valter Araújo e de outras seis punições? Experiente, Hermínio Coelho até pode optar por fazer as coisas com calma, dentro do Regimento Interno. O raciocínio foi ouvido de importante assessor do Presidente.
MANDA QUEM PODE...
Como se previa, a decisão interna do PDT foi para inglês ver. Celso Gomes teve o apoio da maioria dos membros do partido para ser o pré candidato à Prefeitura da Capital. Mas o que pesou mesmo foi a decisão do senador Acir Gurgacz, o único nome importante que os pedetistas têm no Estado. E ele decidiu por Dalton di Franco. Lá na frente, contudo, O PDT pode optar por indicar Dalton como vice numa chapa comandada por Fátima Cleide. Em breve saberemos se isso pode ser real ou não.
EM REDE NACIONAL
A jovem vereadora Mariana Carvalho, que continua sonhando com a Prefeitura de Porto Velho, entra na propaganda nacional do seu partido, que vai ao ar nos próximos dias. Mariana vai falar em questões sociais e já gravou sua participação próximo às obras das usinas hidrelétricas de Porto Velho. Os tucanos ainda não sabem que caminho seguirão na disputa na Capital, porque tanto Mariana quanto o ex-promotor Ivo Benitez são os nomes mais cotados para entrar na guerra.
É AGORA!
Se dependesse do diretório municipal, a vereadora seria a escolhida. Mas não há consenso. Enquanto isso, Mariana vai dando seu recado, Brasil aforam via propaganda eleitoral gratuita. E afirma que está preparada para enfrentar o desafio agora. Ela alega que não dá para esperar 30 anos para tentar chegar ao comando da sua cidade. Ou seja: está pronta e preparada.
OUTRO FERIADÃO
Que ninguém se estresse! Em breve, teremos mais um feriadão. E outro religioso, neste país que é dito laico só na sua Constituição. Será em 7 de junho, daqui a nove dias. Começa numa quinta-feira, na sexta certamente será ponto facultativo para o funcionalismo, não haverá aulas, enfim, só moleza. Um dia, quem sabe, nossa Constituição será cumprida neste quesito. Mas, isso se o funcionalismo deixar. Porque o Brasil da iniciativa privada precisa dar duro, mas o serviço público não. Afinal, feriadões são criados para quem não precisa trabalhar todos os dias para receber seu salário.
MIGALHA NÃO!
Há coisas que não podem ser esquecidas, como o massacre de 29 garimpeiros na Reserva Roosevelt. Mas há outras em que os índios estão certos. Aceitar migalhas – apenas 3% - de participação, caso os diamantes, que são deles, sejam explorados, seria coisa de otário. Ora, porque os proprietários de uma riqueza tão imensa aceitariam uma percentagem tão pequena? Eles não podem usufruir de nada, então, quando a exploração começar, que sejam remunerados à altura da riqueza que doarão ao país. Os Cinta Larga, nessa aí, estão certíssimos.
PERGUNTINHA
Será que o mensalão não existiu mesmo e foi só uma tentativa de golpe contra seu governo, como jura o ex-presidente Lula?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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