Se você vivesse no século 18 e sentisse sintomas de epilepsia, melancolia, febre, sarampo, cólica ou fosse picado por cobra, era bom que estivesse na Bahia. Foi lá que surgiu o primeiro medicamento do Brasil, desenvolvido para esses e muitos outros males: a Triaga Brasilica, criada e produzida pelos jesuítas do Colégio da Bahia.
Inspirados nas teriagas produzidas em Roma e Veneza, foi desenvolvida com 27 espécies vegetais e minerais, quase todas de origem da América portuguesa. Era dividida em raízes, sementes, extratos, gomas, óleos e sais químicos. A fama de seu poder de cura correu a Europa. Tanto que portugueses e espanhóis pagavam altas quantias para importar o medicamento.
"Pois com algumas raízes, de que se compõe este antídoto, se curam os Brazis de qualquer peçonha mordedura de animais venenosos, com também de várias enfermidades, só com mastigá-las", propagandeava um documento da épóca. O medicamento passou a ser produzido em larga escala.
Em 1755, o marquês de Pombal tornou-se o dirigente político mais importante de Portugal. Com ideais iluministas, impôs anos depois que os jesuitas fossem expulsos de Portugal e do Brasil. Ao expulsar os desenvolvedores da Triaga Brasilica, um desembargoador português exigiu que se encontrasse a receita do medicamento tupiniquim. Mas osa jesuítas conseguiram escondê-la. O modo de preparar o medicamento era considerado secretíssimo pelos religiosos. E a fórmula nunca mais foi encontrada.
Fonte: Alamanaque Brasil
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