DINHEIRO FÁCIL, IMPUNIDADE, FASCÍNIO:
O PODER NÃO É PARA QUALQUER UM
Valter Araújo era uma das maiores promessas da nossa política. Saiu da função de um simples motorista para se tornar vereador. E depois deputado, aliás, o mais votado da história das eleições para o parlamento. Parou por aí a ascensão meteórica de um político ainda jovem, mas que poderia ser considerado, há pouco mais de um ano, um virtual candidato ao Governo e, quem sabe o que mais? O que houve, então, para que ele saísse da política pela porta dos fundos e, ao invés de consagrado, entrasse para a história execrado, como o primeiro deputado rondoniense cassado? Certamente há muitas explicações. O fascínio do poder, depois das raízes pobres. A facilidade de se ter acesso a muito dinheiro. A certeza da impunidade, do “já que os outros fizeram e nada lhes aconteceu, posso fazer também que nada me acontecerá”; os puxa sacos e falsos amigos, que ao invés de incentivar o crescimento pelo lado certo, ajudam a corromper e encontrar facilidades na corrupção e na sacanagem, tudo isso influiu, sem dúvida. Mas a verdadeira essência da culpa é do próprio Valter. Ele poderia ter escolhido. E escolheu. Enveredou pelo caminho mais fácil que o poder oferece: dinheiro, muito dinheiro. Fácil, embora sujo. E deu no que deu.
Enquanto a cultura dos homens públicos do Brasil – e em outros países, porque essas sacanagens não acontecem só por aqui, embora sejamos um dos poucos a não punir ninguém – for do se aproveitar para sugar tudo o que der, rapidamente e sair da política o mais rico possível, não haverá conserto. Porque o fascínio do poder e do dinheiro, que encantam tanto os Valter Araújo que inundam a vida pública brasileira; as facilidades para encher os bolsos e esquecer seus compromissos com o povo e a abundante impunidade, não são coisas fáceis para se suportar. O poder não é para qualquer um.
ESTÁ MELHORANDO
Mesmo que a chuva não tenha parado totalmente, registre-se o intenso trabalho realizado pela Prefeitura da Capital para recuperar as ruas da cidade. Na zona leste, a parceria é com o Dnit, que está cumprindo sua promessa de recuperar artérias destruídas, quando houve o fechamento da BR e por ali começaram a passar os pesados caminhões. Em todas as regiões da cidade, a operação tapa-buracos já mostra resultados concretos. Há ainda muito o que fazer, até porque o inverno deste ano foi dos mais rigorosos. Mas que está melhorando, isso está!
NATIMORTA
Lamentável o que está acontecendo com a natimorta CPI do Cachoeira. Já se previa as mutretagens e a proteção a muitos políticos e autoridades, todos enrolados até o pescoço. O pior de tudo é tentar fazer o brasileiro acreditar que os envolvidos seriam realmente ao menos denunciados, porque punidos, já seria pedir demais. Ou seja, todo esse estardalhaço para punir o próprio Cachoeira e seu amicíssimo Demóstenes Torres. Para isso, não precisavam fazer tanto barulho e, pior ainda, nos fazer de novo de idiotas.
MAL PELA RAIZ
O senador Ivo Cassol quer cortar pela raiz, literalmente, a ação dos pedófilos. Projeto seu, prevê a castração química dos condenados por este crime. É claro que não vai passar no Congresso, porque a grande maioria por lá só aprova leis em benefício dos bandidos. Sensacional o argumento do relator do projeto de Cassol, o senador Aloysio Nunes: “os criminosos têm direito à sua integridade física”. Como sempre, nem Aloysio nem outro parlamentar lembrou das vítimas. Cassol tem feito a sua parte, pelo menos. Não defende bandido.
SONHO DISTANTE
O secretário de Educação, Júlio Olivar, sonhou, em entrevista ao radialista Arimar de Sá, que até o final de 2014, o salário dos professores estará na faixa dos 3 mil reais. Terá que crescer muito, porque hoje está bem abaixo disso, mesmo com o reajuste de 14,5% já concedido no governo Confúcio Moura. A educação rondoniense tem 20 mil servidores, distribuídos em 416 escolas. O setor, vital para o desenvolvimento de qualquer sociedade, precisa muito mais valorização. Ainda não o é.
CUIDADO REDOBRADO
Que ninguém se engane! As coisas na prática, em termos de economia, não condizem com os discursos otimistas. O dólar disparou, ajudando as exportações, mas causando estragos em todos os outros setores. O consumo está caindo desde o início do ano. A crise internacional não nos deixa ao largo, como alardeia nosso governo. É bom ficar bem atento, para que não se entre em fria. A hora é de bom senso na hora de gastar. O mundo está com sérios problemas econômicos. E nós, por aqui, não vamos ficar de fora.
CACHOEIRA?
Entre as 545 obras públicas no Brasil, em que o TCU descobriu irregularidades no ano passado, adivinhem qual é a única da região norte? Claro, só poderia ser ela, a BR 364, em Rondônia. Na obra, foram detectados superfaturamento e sobrepreço. Os dados são relativos ao ano passado, quando o projeto de revitalização da principal rodovia dos rondonienses recém começava no que o governo chama de “projeto de revitalização”. Como o TCU não deu maiores detalhes, fica no ar a suspeita: será que a Delta de Carlinhos Cachoeira andou despejando suas águas por aqui?
PERGUNTINHA
Estamos mesmo 300% preparados para enfrentar a crise mundial, como disse a Presidente Dilma ou estará nossa comandante exageradamente otimista?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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