O terceiro Workshop realizado pela Abraciclo (associação dos fabricantes) no dia 18 de maio, com o tema Década Mundial de segurança de Trânsito, tratou da importância do Brasil investir em educação de trânsito para reduzir o número e ocorrências de acidentes. O encontro reuniu especialistas de diversas áreas para debater sobre o assunto. Ciclistas, motociclistas e autoridades discutiram sobre as melhorias que precisam ser feitas no trânsito.
No debate sobre acidentes, a médica, professora e coordenadora do HC em Movimento (Programa de Prevenção de Acidentes – HCFMUSP) Julia Greve, e o motociclista e doutor em ortopedia e traumatologia da FMUSP, Marcelo Rezende, discutiram sobre o assunto.
- Há uma deficiência no transporte público, por isso, esta crescendo a cada dia as migrações para os transportes alternativos, como exemplo a motocicleta – disse Marcelo Rezende. “O perfil da maior parte dos acidentados que atendemos são de homens, jovens com menos de 35 anos, que utilizam a moto como meio de transporte. Grande parte destas vítimas possui pouco tempo de habilitação ou não são habilitados”, conta Julia Greve.
Um dos temas mais discutido foi sobre a alteração no processo de habilitação. A falta de preparo para os novos motociclistas foi a principal questão levantada. “A grande demanda para tirar habilitação da categoria A, apresenta falhas no sistema de preparação do condutor e deixa os exames mal estruturados”, disse Simiramis Lima, presidente do Conselho Estadual de Trânsito de Pernambuco.
As aulas práticas não são capazes de formar bons motociclistas segundo Magnelson Souza, Presidente da Federação Nacional das Auto Escolas (Fenauto). Para ele a formação do instrutor é muito precária e não atende os requisitos básicos necessários para um piloto de motocicleta.
Segundo Wilson Yassuda, um dos criadores da primeira moto-escola do Brasil e atual coordenador da comissão de segurança viária da Abraciclo, as pistas usadas para avaliar as condições do piloto são ultrapassadas. “Implantamos a primeira moto-escola no País no ano de 1980, o formato de avaliação da pista é o mesmo. Se o piloto não errar durante o trajeto está habilitado”, disse Wilson Yassuda.
Sobre a educação dos pilotos e ciclistas no trânsito, a superintendente de educação e segurança da CET-SP, Nancy Schneider, comentou sobre a necessidade de mudar a ideia do comportamento das pessoas. “Não adianta achar que é o órgão público de trânsito que deve educar; a educação vem de casa. Se o cidadão não tem boa educação no trânsito é porque ele não tem boa educação em lugar nenhum”.
Por fim, o resultado não foi satisfatório no que diz respeito à segurança no trânsito e sobre a educação. Precisa haver melhorias e ações para que este comportamento seja diferente. Em todos os estados do país foram relatados a falta de preparo e o alto custo para tirar a habilitação. Com isso, cada vez mais motociclistas estão indo as ruas sem o preparo necessário para pilotar uma moto.
Fonte: Equipe MOTO.com.br
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