domingo, 8 de abril de 2012

OPINIÃO DE PRIMEIRA

QUANDO SE LIGAM AS CÂMERAS,
O TEATRO COMEÇA A FUNCIONAR
O clima começa a se tornar mais calmo. Já havia passado o pior, pensavam as autoridades. Mas bastou um grupo ver uma câmera de TV ligada e a bagunça recomeçou. A polícia teve que pedir a gentileza do pessoal da imprensa cair fora, porque bastava ligar a câmera para que começasse a baderna de novo. Aconteceu na manhã de terça-feira. Um dia depois, a BR 364 foi fechada de novo. Ninguém entendia direito o que estava acontecendo. Um grupo de moradores de Jacy Paraná, liderado por candidatos em outubro, trancou a rodovia por cinco horas. Porque? Descobriu-se depois. Uma equipe da Rede Globo ia a Jirau, para produzir uma matéria nacional e não se poderia perder essa oportunidade. Como os jornalistas teriam que passar pela BR para chegar até o usina, correu-se a fechá-la, para protestar, aparecer na mídia, dar um impulso aos candidatos. Todo o mundo já entendeu a importância da imprensa. O problema é que as coisas começaram a dar na cara. Os que querem tirar sua casquinha montam uma estratégia para ocupar os espaços que podem. Quando os jornalistas e principalmente os das TVs chegam, cidadãos pacíficos e trabalhadores calmos, tornam-se vociferantes, berram, abrem faixas, teatralizam, para defender seus ideias perante os telespectadores.

Isso foi ensinado no mundo inteiro e chegou ao Brasil, até com algum aprimoramento, no tempo em que o PT era o verdadeiro PT e era oposição. Agora, que está no governo, os petistas sentem na pele aquilo que ensinaram aos “movimentos sociais”: criar um clima de contestação, gritos, protestos, exageros, desde que as câmeras estejam ligadas. Se der uma boquinha para algum candidato aparecer, melhor ainda. Se não, pelo menos o pessoal que reivindica alguma coisa (muitas vezes justa, como no caso de Jacy Paraná), ao menos tem seus segundos de fama. Não é uma boa?

E O RESTO?
Bianca Jaeger andou pela região amazônica e inclusive aqui em Rondônia. Falando em defesa dos direitos humanos e dos índios. Do alto da sua fortuna e da vida que leva em Londres, sua terra adotiva, onde não falta nada (muito menos energia), Bianca não quer o Brasil construa hidrelétricas, especialmente a de Belo Monte. Sobre a violência que campeia no Brasil e que mata dezenas de inocentes todos os dias, nem uma palavra. E nem um pio pedindo justiça para os 29 garimpeiros chacinados na Reserva Roosevelt, há oito anos. E a gente ainda tem que aguentar essa gente dando pitaco na nossa vida.

NÃO CONCORDA
O professor Ari Ott, ex-reitor da Unir, mostrou-se indignado com o noticiário e os comentários acerca da crise na hidrelétrica de Jirau. Ele lamentou que o que considera uma ação de protesto dos operários tenha sido criminalizada, considerada vandalismo e até terrorismo, por autoridades e imprensa. O professor, que obviamente analisa o caso sob o prisma da sua ideologia pessoal, não aceita as críticas, diz que não houve vandalismo, que o movimento é dos trabalhadores e não apenas de 30 pessoas. É uma das poucas vozes discordantes. É quase unanimidade de que o que houve em Jirau, foi sim banditismo e terrorismo.

DECISÃO PETISTA
Hoje tem o segundo turno da disputa pela indicação do nome do PT à eleição l de outubro. Fátima Cleide, a mais votada no primeiro turno, enfrenta Claudio Carvalho. A eleição interna é bem mais que uma simples escolha de um pré candidato. É uma competição eleitoral que confronta o grupo liderado pela ex-senadora com o do prefeito Roberto Sobrinho, hoje em posições muito, mas muito antagônicas. No final do dia, se saberá qual dos dois venceu. E o tamanho do racha.

DURA MISSÃO
Miriam Saldaña estava habituada a trabalhar nos bastidores. E muito. Agora, recebeu outra missão, mas para a linha de frente. Será a responsável por mais de uma centena de obras públicas que a Prefeitura da Capital pretende realizar no segundo semestre. Tão logo termine a temporada de chuvas, Miriam pretende transformar a cidade, concluindo o que não pôde ser feito e terminando obras que começarão agora. É daquelas missões das mais duras, mas que a batalhadora Miriam não refuga.

PELA METADE
Na saúde pública, uma notícia muito positiva. O Estado vai comprar oxigênio para os hospitais por menos da metade do preço. O metro cúbico do oxigênio gasoso medicinal, que era adquirido por mais de 18 reais, agora o será por menos de 8 reais. O do oxigênio líquido, baixou de perto de 12 reais para 5 reais e 50 centavos. É uma prova concreta de quanto os preços eram aviltados. O Estado vai economizar algo em torno de 12 milhões de reais só com essa medida. È por aí que se começa a mudar as coisas para melhor. Pelo fim do superfaturamento.

IMPUBLICÁVEL
O que tem de festa para jornalista é impressionante. É dia Do Repórter, Dia do Fotógrafo, Dia do Cronista, Dia do Repórter de TV, Dia disso e daquilo. E ontem, 7 de abril, comemorou-se os 204 anos da criação da imprensa no Brasil, com o Dia do Jornalista. É uma profissão diferente. Todo mundo ama jornalista, principalmente as autoridades. Até que eles as critiquem. Daí passam a ser vendidos, safados e outras palavras impublicáveis...

PERGUNTINHA
Os menores que agora estão atacando promotores e juízes dentro dos Forum, continuarão sendo tratados como criaturas inofensivas ou agora a coisa vai feder?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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