O caminho de tempos fortes e caminhos altos
A pós-modernidade incentiva as pessoas a duas atitudes espirituais básicas: mobilidade e agrupamento. Procuram tempos e acontecimentos fortes, que as mobilizem. Paradigmáticas têm sido as Jornadas da Juventude com o papa, que atingiram no pontificado de JoãoPaulo II tempos extremamente cálidos. Dias de intensa vida numa misto de fé religiosa e festa de estar junto. Os jovnes se reúnem para desfrutar a fé, celebrá-la, mas também para entregar-se a intimidades entre si.
Esse caminho pede das Igrejas e das religiões enorme fantasia. As pessoas se cansam facilmente com repetição. Cada tempo necessita ser diferente, trazer alguma novidade, agrupar muita gente e promover emoções vibrantes. A rotina das práticas religiosas, que as religiões institucionais prescrevem, vê-se substituída por momentos intensos de celebrações, de vivências religiosas, de festas inventadas pela criatividade dos fiéis ou de líderes. Rompe-se o rítimo da vida ordinária e da squeência religiosa institucional. Vive-se "religiosidade peregrina", por contar com a cotidianidade da vida comum e religiosa e por abrir novo caminho carismático de "tempos fortes". O gerenciamento do tempo religioso já não segue as regras da instituição. O amanhã guarda certo aspecto imprevisível. Traço tipícamente pós-moderno.
Conjugadamente com os tempos fortes, escolhem-se lugares altos, tanto física como simbolicamente. Santuários célebres, mosteiros encravados em montanha, cenas privilegiadas da natureza de onde se descortina vista soberba sobre o cenário circundante, lugares de peregrinação atraem cada vez mais gente para o caminho espiritual. A peregrenição a São Tiago de Compostela tornou-se emblem´~atica dessa via do espírito.
Fonte: O Domingo/J. B Libanio, sj
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