Prestes há completar 100 anos, no fina deste mês, até a origem da ideia em torno da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré estabelece uma primeira polêmica, mesmo sabendo-se que partiu dos bolivianos. O tema está em voga e então se acirram as discussões pertinentes entre os nossos historiadores.
Numa edição especial, veiculada pela revista História Viva, a partir de documentos e jornais americanos encontrados no Museu Paulista, se constata que a ideia nasceu realmente em 1846, através do engenheiro boliviano José Augustin Palácios, mesmo não citando a questão da ferrovia. Ele afirma às autoridades do seu País, que dadas às dificuldades para transpor a cordilheira dos Andes a distãncia do Ocenao Pacífico dos mercados da Europa e dos Estados Unidos, a melhor saída para a Boívia para o Oceano Atlântico seria a bacia Amazonica. A mesma fonte também cita que em 1851, o tenente Lardner Gibbon foi contratado pelo governo americano - interessado na melhor solução para a saída dos produtos que importava - para realizar o primeiro estudo que apontasse a melhor alternativa de escoamento dos produtos bolivianos via rio Amazonas. Ele percorreu os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas constatando se tratar da melhor opção para a Bolívia chegar ao Atlântico. O exportador francês Ernest Grandidier em 1861, descendo pelo rio Madre de Dios, na Bolívia (que no Brasil se transforma em rio Madeira) confirmaria a mesma tese, e que seria suficiente, para no mesmo ano o general boliviano Quentin Quevedo, depois de uma viagem pelo rio Madeira declarasse que essa seria a solução com mais agilidade e com menor custo.
Na verdade, o genral Quevedo foi o primeiro a apontar com propriedade a direção dos trilhos, assim como o engenheiro brasileiro (ainda no mesmo ano) João Martins da Silva Coutinho. Então com a ideia boliviana e as contratações de Quevedo e Coutinho, se daria de fato o inicio da grande epopeia da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Dela, nasceria nossa amada Porto Velho e seria o embrião da nossa querida Rondônia.
Fonte: Do Cotidiano/Diário da Amazônia - Autor do Texto: Carlos Sperança.
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