Nas minhas andanças pelo centro de São Paulo, quando visitei a última versão do Salão Duas Rodas pude presenciar, por diversas vezes, o que as matérias jornalísticas tanto citam em relação àquele trânsito louco da maior metrópole da América Latina onde a correria dos motoboys, por entre os carros e corredores, e mesmo a atitude de alguns proprietários de motos que as utilizam em seus dia-a-dia, me trouxeram uma grande PREOCUPAÇÃO.
Em visita a algumas ruas específicas onde se encontram diversas lojas do ramo motociclistico, e por duas vezes e num só dia, fiquei assustado com o malabarismo de alguns condutores irresponsáveis que tiveram, como resultado de suas manobras descabidas e inconcebíveis, dois acidentes graves os quais causaram a fratura exposta de um pé, um braço quebrado, um ombro luxado e a perda de alguns dentes. Tal imagem foi bastante marcante para àqueles que se prontificaram a ajudar os vitimados.
Quando citei a expressão “preocupação” no início do texto, refiro-me ao que temos observado no nosso cotidiano de viagens e encontros onde o número de acidentes envolvendo motociclistas, também aqui no Rio de Janeiro, nos trás um saldo triste de vidas ceifadas ou, no mínimo, deixando danos e sequelas irreparáveis, pois, todos nós já presenciamos um desses ocorridos, os quais sempre nos levam a uma reflexão sobre: Acidentes com motocicletas. De quem é a culpa?
Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, o aumento do número de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas cresceu assustadoramente e é preocupação não só dos órgãos de trânsito, mas de toda a sociedade, estando convencidos de que 70% das causas de acidentes são devidos a fatores humanos, incluindo aí a negligência, a imperícia e a imprudência por parte dos condutores de motocicletas tudo isso confirmado no Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito onde foi apresentado que as principais causas de acidentes são: o excesso de velocidade (26%), infra-estrutura rodoviária (20%) e com motocicletas (19%). Segundo a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) as maiores vítimas de acidentes de trânsito ainda são os pedestres, mas os motociclistas já ocupam a segunda posição, existindo lugares no país onde 50% dos óbitos totais são de motociclistas. Saindo um pouco da teoria das estatísticas, devemos fazer uma auto-análise sobre o que temos feito em relação à condução de nossas motos e nossos triciclos.
Todos os finais de semana, quando voltamos de algum evento no interior do nosso Estado ou em cidades vizinhas de Minas Gerais, Espírito Santo e em São Paulo, somos surpreendidos com novas e tristes notícias de que mais um amigo sofreu um acidente, esses, quase sempre, nas idas onde a ansiedade pela chegada nos leva aos abusos. Nossa primeira preocupação, ao recebermos a notícia, é com o estado de saúde de nossos irmãos, mas, não conseguimos fugir de querer saber como tudo ocorreu, como foram os detalhes ou o que causou o sinistro.
Claro que temos sabido de acidentes causados, por terceiros, contra motociclistas e alguns causados por inaceitável fatalidade. Mas, para nossa surpresa, temos verificado que na maioria das vezes o abuso da velocidade (imprudência), a falta e controle da motocicleta (imperícia) e o abuso nas condições de manutenção da moto como: pneu careca, sem freios adequados, sem iluminação de parada, etc.. (negligência) são fatores determinantes que, muita das vezes, estraga um passeio onde o maior objetivo não é a competição por quem chegará primeiro, por quem deitou melhor nas curvas, quem fez mais quilômetros num só dia ou quem conseguiu fazer aquela citada curva na maior velocidade, mas sim, estarmos curtindo as paisagens vivenciadas, o povo hospitaleiro e as atrações que um encontro ou evento nos permite.
Corroborando tais falhas, posso citar que, em nossa ida para a Cidade de Bananal (SP), bem na divisa com o Rio de Janeiro, pude observar que em determinadas partes da RJ 157, em obras, haviam placas indicativas que foram colocadas pelos organizadores do evento que diziam: “Pedras e Areias na pista”, ou “Motociclista, use o freio antes da curva”, mas que parecia apenas poluição visual, pois, infelizmente me coloquei a ajudar três motociclistas que, talvez distraídos com a beleza natural dos campos, tiveram alguns pequenos, mas significativos prejuízos físicos e materiais em uma dessas curvas.
Amigos motociclistas;
A atenção nas estradas e em nossas cidades, somada a manutenção preventiva das motos e triciclos, vinculados ao verdadeiro espírito de um motociclismo sadio, sem competições, sem vaidades pessoais, sem exibicionismo, sempre nos levará aos nossos destinos com sabedoria e muito prazer para, enfim, recebermos um abraço amigo, um beijo apaixonado, um bom momento vivido ou um grande amor encontrado por esses cantos de nossa terra brasílis, tudo isso na certeza de que na volta e com a proteção de nosso Pai Eterno, teremos muita história para se contar, muita “mentira” para se dividir, muita saudade para se “matar” e muita paixão para se curtir. Boas Estradas.
Fonte: Cel Dario Cony/Mototour
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