Popular entre mulheres de todas as faixas etárias - e com um bom número de fâs também no leitorado masculino - , a escritora Martha Medeiros fez um desabafo na primeira edição da Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, comparando a adulteração de textos à pichação. "Eu preferiria ser lida por menso gente, desde que minhas crônicas fossem lidas nos livros e nos jornais. Inteiras. Ler na internet é dar margem a equívocos enormes", disse ontem à noite.
Além de crônicas e contos, ela é autora do livro "Divã", sucesso que deu origem a peça, filme e série de TV, todos com Lilia Cabral à frente. Em tom de desabafo bem-humorado, medeiros diz que "a dedicação vai para o ralo" quando uma palavra ou mesmo o final de suas crônicas é trocado, e o texto ganha a internet como sendo autêntico.
"A pessoa simplesmente decreta que não gostou do fim! Tem que ter louvação a Deus ou ao amor. Fico tão ergenhoada! Porque a grande maioria acha que você escreveu aquela babobeira".
A escritora disse reconhecer o potencial da internet, mas explicou seu distanciamento das redes sociais. "Não me identifico som essa urgência de viver. Não abro mão da minha introspectção. Hoje, a introspecção está sendo deixada de lado", disse.
Em palestra que lotou salão com capacidade para cerca de 350 pessoas -e no qual mulheres eram maioria-, Medeiros falou sobre relacionamento, seutema-fetiche, mas tentou descontruir a imagem de que seria uma espécie de "terapeuta" de seus leitores. "É uma confusão que ás pessoas fazem, de que eu posso dar conselhos. Eu não tenho mada de bem resolvida, é muito fácil ser bem resolvida por escrito", disse.
Fonte: Folha Popular.
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