sexta-feira, 20 de abril de 2012

OPINIÃO DE PRIMEIRA

PAÍS ONDE CAI O NÚMERO DE ESCOLAS E
EXPLODE O DE PRESÍDIOS, ESTÁ DOENTE
Qual o diagnóstico de um país que viu decrescer em quase 20%, em uma década e meia, o número de escolas e, no mesmo período, fez crescer em 253% o número de presídios? Especialistas como Luiz Flávio Gomes, doutor em Direito penal pela Universidade de Madri e mestre em Direito Penal pela USP, garantem: esse é um triste sintoma de uma grave doença social. Os números são oficiais. Entre 19994 e 2009, diminuiu em muito o número de escolas no Brasil. Há 15 anos atrás, existiam 200.549 educandários registrados. Em 2009, esse número afundou para 161.783. Trágico. Começa daí, então o outro dado horripilante. Nos últimos 20 anos, o Brasil aumentou em mais de 450% o número de vagas em presídio. Foi o campeão mundial neste lamentável quesito. O segundo, os Estados Unidos, aumentaram em 47% o número de vagas. Países onde a educação é exemplar, têm cada vez menos presídios. Não é ilação ou raciocínio ideológico, é a mais pura verdade. Tínhamos em 94 apenas 511 presídios. Em 2009, eles saltaram para 1.806 cadeias. E precisaria ter o dobro ou o triplo para abrigar todos os criminosos de todos os quilates.

O raciocínio é simples. País que investe em educação, não precisa de tanto presídio. País que trata a educação como prioridade, na prática e não no discurso (como por aqui, nossos governantes são especialistas em fazer), diminui a violência, caminha para a igualdade social, abre portas para a justiça social. Enquanto o Brasil tratar a educação como um tema secundário; os políticos tentarem transformar a sala de aula em motes ideológicos; não termos uma estrutura decente, uma educação de qualidade e para todos, em todos os lugares, vamos continuar assim: erguendo cadeias, quando deveríamos era estar construindo salas de aula. Os números não mentem. Temos cada vez mais presos. E cada vez menos escolas para a boa formação dos nossos jovens.

VAI FALAR?
Por onde andará Valter Araújo, o presidente foragido da Assembleia, desaparecido desde 20 de dezembro? Nas redes sociais e nos corredores da fofoca (onde o assunto é pauta diária), já se ouviu que ele estaria na Bolívia; em outro estado ou no interior, escondido em alguma fazenda de amigo. E por aí vai. A verdade é que o que impediu Valter de voltar e falar o que sabe, foi a última decisão do TJ, que lhe negou liberdade condicional. Não fosse isso, Valter já teria voltado. E poderia ter aberto o jogo.

VAI VOLTAR?
Muita gente torce para que o antes poderoso Valter fique onde está e não apareça tão cedo. Que tenha seu mandato cassado e que não seja localizado. Porque se o for, há o risco de que ele conte tudo o que sabe, dando nomes, detalhes, formas de pagamento, de onde veio o dinheiro e para onde foi. Seria uma verdadeira bomba atômica sobre Rondônia. Ela já esteve prestes a explodir duas vezes e na última hora, Valter desistiu de se apresentar. Mas pode fazê-lo a qualquer momento. A contagem regressiva ainda não parou.

SEM PIZZA
O deputado Lebrão garantiu, a vários jornalistas que cobrem a Assembleia, que os trabalhos da Comissão Processante não vão acabar em pizza. Lebrão chegou a brincar, dizendo que se isso acontecesse, ele dividiria a pizza com todos os repórteres. Na verdade, o deputado que preside da Comissão tem uma missão muito dura pela frente, mas tem repetido que será cumprido rigorosamente todo o ritual. E que haverá punições sim. A cassação de Valter Araújo é dada como certa. Já nos demais denunciados, aí já não se sabe o que acontecerá.

NÃO VOLTOU ATRÁS
O deputado Ribamar Araújo, do PT, censurado por seus colegas deputados por ter feito declarações duríssimas, generalizando acusações contra eles, ficou sabendo da decisão horas depois de anunciada. Ouvido pela imprensa, Ribamar reafirmou tudo o que disse antes, não recuou e garantiu que tudo o que fez foi para defender a lisura, a luta contra a corrupção e a moralidade pública. Sem medir palavras, Ribamar tem sido um duro crítico do parlamento do qual participa. O problema, apenas, é o de generalizar, colocando todos os deputados no mesmo saco.

APOIO NÃO FALTA
O apoio total da Assembleia a projeto do Governo para pagar salário-produtividade aos médicos, deixou claro que o legislativo é parceiro em ações que visem melhorar a saúde pública. Há uma tentativa de amenizar a grave crise do setor, com medidas do próprio governo, mas a ALE tem estado atenta e dando o aval para que a situação ao menos melhore um pouco. Outras parcerias entre Executivo e Legislativo estão sendo estudadas para as próximas semanas, nessa questão.

PRIMEIROS PASSOS
Pagar melhor os profissionais, dar-lhes salários por mérito, por trabalho realizado, é uma das alternativas. Claro que existem ainda muitos outros obstáculos a serem transpostos, mas já é um começo. Outro passo importante foi a aquisição de leitos em hospitais particulares, para tirar pacientes do João Paulo II do chão. Aliás, com um custo menos da metade do que custa um leito no Pronto Socorro do Estado. Há ainda graves problemas pela frente, mas na batalha para melhorar a saúde, a coisa está andando...

PERGUNTINHA
Onde será realizada a Expovel, a maior feira agropecuária do Estado, já que o Parque de Exposições foi praticamente demolido?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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