sábado, 14 de abril de 2012

Brasil paga alto preço ecológico pelo crescimento, dizem analistas

A Índia e o Brasil estão pagando um "alto preço" ecológico por conta de seu rápido crescimento econômico nos últimos anos, afirmaram na quarta-feira (28.03) alguns analistas em meio ambiente, que esatão reunidos em Londres na conferência "Planet Under Pressure" ("Planeta sob pressão", em livre tradução).

Entre 1990 e 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) per caita do Brasil aumentou 34% e o da ìndia 120%, um resultado que pode ser tendencioso, afirmaram os cientistas e economistas que estão reunidos em um encontro prévio à cúpula das Naçoes Unidas Rio+20, que será realizada no mês de junho, no Rio de Janeiro.

Em contraste com a renda per capita, o "capital nautural" de ambos os países, que inclui todos seus "ativos" - desde florestas até combústiveis fósseis e minerais, foi reduzido neste mesmo período 46% no Brasil e 31% na Índia.  No terceiro dia do encontro mundial sobre ecologia, os analistas propuseram uma medida alternativa ao PIB, batizada como Índice de Riqueza Detalhado, que compreende o "capital natrual, humano e manufaturado" do país. De acordo com esse índice, o Brasil e a Índia, supostamente duas das econ omias emergentes mais potentes do planeta, cresceram apenas 3% e 9%, respectivamente, em 18 anos.

"Os casos do Brasil e da Índia ilustram como o Produto Interno Bruto póde ser impreciso como índice para avaliar o progresaso econômnico a longo prazo", apontou o professor da Universidade das Nações Unidas (UNU) Anantha Duraivapph.  O economista ressaltou7 que "um país pode extinguir totalmente seus recursos naturais e registrar ao mesmo tempo um crescimento do PIB" e, pór isso, defendeu a necessidade de priorizar um indicador que compreenda todos os aspectos necessários para o "bem-estar humano", incluindo os fatores sociais e ecológicos. 

Duraiappah adiantou que durante a cúpula do Rio de Janeiro será apresentado pela primeira vez os dados sobre a Riqueza Detalhada de 20 países, entre Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Alemanha, Japão, Rússia e Estados Unidos, além da própria Índia e do Brasil. "Até que os indicadores usados para medir o progresso mudem para poder avaliar a sustentabilidade a longo prazo, o planeta e seus habitantes continuarão sofrendo o peso de políticas de crescimento de curto alcance", declarou Pablo Muñoz, diretor cientista do grupo de trabalho que desenvolverá os índices de Riqueza Detalhada.
Fonte: Alto Madeira

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