Mais de 25% dos estudantes de 64
países têm notas ruins em matemática, interpretação de texto e/ou ciências, diz
um relatório da OCDE divulgado nesta quarta-feira que situa o Brasil na 58º
posição, apesar de ter melhorado o acesso à educação.
Segundo o Pisa (Programa
Internacional de Avaliação de Alunos), que realizou a pesquisa para Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a luta contra os maus
resultados escolares, que dizem respeito a 28% dos alunos de 15 anos, é
onerosa, mas uma medida rentável a longo prazo.
Os dados reunidos este ano
serviram de base para o novo relatório chamado “Estudantes com baixo
desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los”?
O estudo diz respeito a 13
milhões de alunos com resultados ruins em uma lista de 64 países.
O Brasil ficou em 58º lugar,
apesar de apresentar uma melhora na taxa de escolarização e acesso à educação.
“Os maus resultados escolares têm
consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um
crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram inclusive, em um
estado de recessão permanente”, alerta o informe.
Os benefícios da luta contra este
fenômeno “superam de longe os custos da melhoria”, afirma a organização.
Se de hoje até 2030 cada aluno de
15 anos conseguir “adquirir uma bagagem mínima de competências fundamentais” em
literatura e matemática nos países de alta renda da OCDE, os benefícios a longo
prazo para a economia destes países poderão alcançar aproximadamente 1,5 vezes
seus PIB atuais”, afirma a OCDE.
Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o
censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com
resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México,
Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.
Como entre eles não há muita
coisa em comum, a organização chega à conclusão de que “todos os países podem
melhorar os resultados de seus alunos” se decidirem que é uma “prioridade de
sua política educacional” e fornecerem os recursos suplementares.
“É preciso envolver os pais e as
coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades
de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio
aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias”.
A OCDE também defende “programas
específicos para os alunos imigrados, que falam uma língua minoritária ou que
vivam na zona rural, a luta contra os estereótipos de gêneros e a redução das
desigualdades de acesso á educação”.
-Fatores de risco – Vários
fatores podem contribuir para que os alunos tenham resultados ruins: a
probabilidade de estar nessa situação é 2,5 vezes maior para os jovens
procedentes da migração e que não falam em casa a mesma língua que na escola.
O risco é também maior quando se
vive no campo ou em uma família monoparental.
Quando se acumulam vários fatores
de risco, a possibilidade de ter maus resultados em matemática acaba em 76%
para uma menina procedente da imigração, que fala em casa outro idioma que na
escola, que vive numa família monoparental e na zona rural.
Não apenas os fatores de risco
são maiores para os alunos de setores sociais desfavorecidos, como também “têm
uma incidência mais forte em seus resultados”.
Na média, mais de um terço da
diferença dos resultados em matemáticas entre alunos é atribuível à diferença
entre os estabelecimentos de ensino.
Por fim, os alunos com más
classificações faltam mais as aulas do que os demais têm menos perseverança e menos
confiança de sim mesmo, o que não é surpreendente.
Em compensação, o que surpreende
é que geralmente esses alunos “dedicam um tempo equivalentes a certas
atividades” vinculadas com as matemáticas, como a informática e jogos de
xadrez.
Fonte: notícias.uol.com.br
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