A tensão vivida nos últimos meses pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o andamento da Operação Lava Jato e o cerco se fechando a integrantes do Governo Federal não se limita à pressão de Lula e da presidente Dilma para que tenha ingerência na Polícia Federal, sob o comando do Ministério da Justiça.
Zeladores da credibilidade da corporação, os delegados federais fizeram chegar ao ministro o seguinte recado: na primeira ligação que fizesse para interferir na operação, Cardozo ouviria voz de prisão por tentativa de obstrução de investigação.
Obviamente nunca passou pela cabeça do ministro essa tentativa, ele mesmo avisa aos holofotes e à equipe palaciana da presidente Dilma. Sustenta que a PF é independente, a despeito da subordinação ao MJ. Mas o recado foi dado.
O recente troca-troca partidário entre majoritários, a despeito da ‘janela’ aberta para os proporcionais sem perda de mandato, evidencia projetos de políticos que almejam chegar ao Palácio do Planalto de carona.
Cinco caciques de quatro partidos se movimentam para cavarem vaga de vice na chapa de Aécio Neves (PSDB) à Presidência na eleição de 2018.
O senador Ricardo Ferraço (ES) trocou o PMDB pelo tucanato; e deste ninho saiu o senador Alvaro Dias para o PV. O senador Cristovam Buarque deixa o PDT e vai para o PPS.
De Salvador, surge o bem avaliado prefeito ACM Neto como nome do DEM. No Centro-Oeste, o governador tucano Marconi Perillo (GO) não descarta entrar no PSD e surgir como opção para o candidato
Não bastasse a prisão temporária que brecou a carreira de marqueteiro político, o jornalista e publicitário João Santana pode estar assistindo apenas ao início do seu inferno judicial e policial.
Político da oposição ao presidente da República Dominicana, Danilo Medina, a quem Santana atendia até ontem, Humberto Salazar soltou o verbo e
denunciou que o brasileiro usou empresa de fachada, a Polis-Caribe, para repatriar de Angola US$ 16 milhões, que passaram por bancos dominicanos e foram destinados ao Brasil.
Se procurar e ouvir Salazar, a Justiça Federal brasileira terá um pote de ouro nas mãos.
Salazar revelou para amigos que há fortes indícios de que a Polis-Caribe é empresa fachada, e nem tem sede em Santo Domingo. O seu endereço é de um apartamento na Calle Helios, na Bella Vista, bairro nobre da capital.
Não por acaso, é em Angola que a Odebrecht – envolta nesta denúncia que pegou Santana – tem grandes obras bancadas desde o Governo Lula.
Fonte: Coluna Esplanada - Brasília/DF.
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