Não ser um compêndio dos defeitos alheios.
Prestar atenção à infâmia alheia revela que a própria fama está arruinada. Alguns gostam de encobrir, ou lavar as próprias nódoas com as alheias, ou consolar-se com elas; este é um consolo de tolos. Seu hábito fede; são fossas de imundície. Neste caso, quem mexe mais fundo fica mais enlameado. Poucos escapam de ter algum defeito, seja por herdado ou adquirido. Só quando somos pouco conhecidos é que nossas falhas são desconhecidas. Quem é pedante não deve ser registro dos defeitos alheios, nem se tornar uma desprezível e desalmada lista negra viva.
Fonte: Do Livro A Arte da Prudência - Baltasar Gracián / Editora Martin Claret.
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