ANDANDO PARA TRÁS, QUAL CARANGUEJO!
Há que se fazer um estudo muito profundo sobre a forma como o governo vem tratando a maioria das universidades públicas, principalmente as de estados periféricos, que não são considerados tão importantes para a União quanto os do sul e sudeste. Em algumas dessas, nosso ensino superior vive à míngua, sem apoio, sem estrutura. A Universidade Federal de Rondônia, que num passado recente já teve muito mais avanços do que os dias de hoje, onde o que a marca é o retrocesso, é um exemplo claro. Abandonada, sem recursos, sem laboratórios, com salários muito abaixo do necessários aos seus competentes professores e mestres, praticamente jogada dentro do matagal, à beira da BR 364, a Unir anda como caranguejo: para trás. Não fosse o enorme esforço de abnegados do seu comando local, do professorado e dos próprios estudantes, certamente o quadro seria muito pior, quase perto do Armagedon. O governo brasileiro optou pela quantidade e não pela qualidade e, com o passar dos anos, foi autorizando a criação de cada vez mais cursos superiores, a maioria deles ruins. Nas universidades federais, tiradas as exceções de sempre, só os que nela trabalham e dela vivem é que realmente se dedicam. E sofrem. Porque depender de Brasília é quase como acreditar em Papai Noel e na cegonha.
Depois de uma longa greve, que parecia não ter fim – por melhores salários, mas também por condições de trabalho – os professores voltaram, mas a estrutura só piorou. Nesta semana, laboratórios da Unir, por falta de formol (foto), onde haviam até cadáveres em estado de putrefação, foram fechados pela Justiça. O ministro da Educação tem um discurso otimista e excelente, na ponta da língua. Mas deve ser para o mundo virtual, porque a realidade das nossas universidades, em geral, é a realidade da Unir: só piora...
BANDIDOS DISFARÇADOS
O deputado Moreira Mendes premeditou o breque: há riscos de novos ataques ao canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau. O governo do Estado, aliás, já está providenciando mais segurança às obras não só de Jirau, como também na área da Usina de Santo Antonio. Bandidos travestidos de operários, orientados por interesses que todos conhecem, estariam planejando repetir a baderna de 2011 e 2012. Dessa vez, ao que tudo indica, vão dar com os burros n´água, porque as autoridades estão se precavendo.
CORES POLÍTICAS
Tem contexto político-partidário a tentativa de retirar a iniciativa privada do programa estadual de erradicação da febre aftosa. Um grupo quer manter o controle dos recursos, contra o que ocorre hoje. Uma pena, porque a parceria público-privada iniciada em Rondônia deu certo durante longos anos. Ao passar (se passar), toda a estratégia de combate à doença aos meandros burocratizados do governo, desse ou de qualquer governo, nosso gado correrá sério risco. Tomara que a coluna esteja completamente enganada.
JEITO DIFERENTE
Tem que se destacar, pelo ineditismo, a forma como o vereador Everaldo Fogaça tem tocado esse início de mandato. Ele usa as redes sociais para contar tudo o que faz, onde se reúne, com quem, porque, quais os pedidos que fez ao Executivo. Não satisfeito, ainda pede que a população o convoque para reuniões nos bairros, para tentar buscar soluções para os problemas desses moradores. Vereador de primeiro mandato, o jornalista Fogaça parece chegar com toda a vontade de ir mais longe na política. Se continuar nesse ritmo e não mudar o rumo, vai mesmo!
SÃO 2.880 DIAS
Nove anos depois do massacre dos garimpeiros no Garimpo de Roosevelt, em Espigão do Oeste, fica claro que não há qualquer intenção das autoridades responsáveis em punir os índios Cinta Larga, envolvidos na matança de 29 garimpeiros. O Ministério Público Federal já avisou que não vai processar ninguém. O caso está nas mãos do MP de Ji-Paraná, que, tantos anos depois, ainda não se pronunciou sobre a chacina. E, pelo menos até ontem, quase 100 meses ou 2.880 dias desde a chacina, não havia qualquer indício de que os culpados serão punidos.
PEDIRAM PARA MORRER
Basicamente, o que se sabe é que a Funai, apoiada por diversos órgãos, incluindo o Ministério Público, consideram que os garimpeiros assassinados sabiam do risco que corriam, invadindo áreas indígenas. Ou seja, os mortos é que são culpados por sua morte. Claro que o mesmo raciocínio não vale para outras situações iguais, quando os matadores não são índios. Mas, para as autoridades brasileiras, então, o massacre está explicado. Lamentável!
EFEITO COLATERAL
A dificuldade de leitura de muitos jovens, determinou uma mudança lamentável nos cinemas, que ainda fazem força para sobreviver, num mundo já dominado pela Televisão e pela Internet. Como nas escolas a leitura não faz parte do currículo e como ler, muitas vezes, é um exercício de tortura para a maioria dos estudantes, as grandes redes de cinema agora só passam filmes dublados. Em todas as salas do shopping de Porto Velho, não há filmes na versão original e com legendas. É um dos efeitos colaterais da péssima qualidade do ensino brasileiro.
PERGUNTINHA
O que os deputados vão perguntar, na sessão desta terça, para a Procuradora Geral do Estado, Maria Rejane Vieira, que é apontada como responsável pela paralisia de vários projetos do governo?
Fonte: Jornalista SérgioPires
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