sábado, 23 de março de 2013

OPINIÃO DE PRIMEIRA


COMO COMEÇAR A DESTRUIR UMA LINGUA MILENAR
Agora é oficial. O Ministério da Educação decidiu que não é necessário saber escrever corretamente a língua portuguesa para tirar nota máxima em redação, nos exames do Enem. Redações com altas notas, tinham erros graves, primários, vergonhosos. Como “trousse” ao invés de trouxe; “rasoável”, ao invés de razoável; “enchergar” e não enxergar; frases sem ponto final; palavras como saúde, necessário, apêndice, todas sem acento. Tudo errado, mas não para o MEC. Um gênio do nosso governo concluiu que “sobre os critérios usados na correção da redação do Enem 2012, estabelecidos pela coordenação pedagógica do exame, a cargo de professores doutores em Linguística da Universidade de Brasília, informamos que a análise do texto é feita como um todo.Um texto pode apresentar eventuais erros de grafia, mas pode ser rico em sua organização sintática, revelando um excelente domínio das estruturas da língua portuguesa”. Não dá vontade de vomitar?

Além de erros absurdos, várias redações bem avaliadas,  continham, também,  graves problemas de concordância, acentuação e pontuação. O professor titular de Língua Portuguesa do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Claudio Cezar Henriques, sintetizou bem essa aberração doentia. Escreveu: “ a demagogia política anda de braço dado com a demagogia linguística. É preciso lembrar que as avaliações oficiais julgam os alunos, mas também julgam o sistema de ensino. Na vida real, redações como essas jamais tirariam nota máxima, pois contêm erros que a sociedade não aceita”. Matou a pau. Incentivar erros grosseiros da língua mãe é uma forma de destruí-la. É o que o MEC continua tentando fazer. Mantém sua árdua luta para acabar com o nosso Português milenar. Desse jeito, vai acabar conseguindo.

RECADO DIRETO
Tomás Correia continua com a língua afiada. É um tribuno da melhor qualidade. Fala com clareza, dá seu recado com todas as letras, e, de vez em quando, golpeia na altura da cintura baixa dos adversários. Em encontro do PMDB da Capital, repetiu a dose. Além de defender a reeleição de Confúcio Moura, disse uma frase que chamou a atenção. " Os aliados do governo do PMDB precisam entender que são chamados para ajudar a governar, não para criar um governo paralelo". O recado foi direcionado. E quem conhece a política sabe exatamente a quem ele se referia....

GRANDES E PEQUENOS
Uma reforma política que beneficia só os grandes partidos, está em curso no Congresso. A questão é complexa. A grande maioria dos nanicos nada tem de ideológico, mas apenas se tornou balcão de negócios para malandros, que querem encher o bolso nas siglas de aluguel. Claro que sempre se ressalvando as (poucas) exceções de sempre. Não há ideologia, não há real preocupação com os problemas do país. Cada um quer só ajeitar o seu lado. Os pequenos querem grana.Os grandes querem mais grana. Então, fica assim....

OVO DA SERPENTE
O rodízio da bandidagem continua. Quando as quadrilhas nos presídios começam a mandar executar crimes nas ruas, as autoridades federais respondem, claro que nunca com a rapidez necessária. Mas ao menos respondem. Por isso, nessa semana, a Penitenciária Federal de Porto Velho recebeu mais 18 hóspedes, todos os Paraná. Gente da pesada. Daqui, mandamos alguns também, mas recebemos os piores. Eles vêm, trazem a turma deles junto e vão deixando chocar o ovo da serpente.

ESPALHANDO O TERROR
A teoria é simples. Na medida em que percorrem as cadeias do país, os bandidões vão conhecendo as características de cada região e trazendo seus asseclas, que ficam na espreita, para praticar crimes que eles comandam de dentro das cadeias. Os recados são dados por advogados corruptos e por familiares. Dessa forma, vão preparando mais e mais crimes. Por isso, violência, assaltos com armamento pesado, ataques a bancos, que não existiam em determinada região, passam a ter, quando os bandidões estão por perto. As autoridades negam, é claro. Mas os ovos estão eclodindo!

PIOR QUE O ESPERADO
César Cassol sabia que o rolo era grande. Mas não ''TÃO'' grande! Seu antecessor na Prefeitura de Rolim de Moura, Tião Serraia, deixou tanta conta para pagar que César está se desdobrando de todas as formas, para pelo menos amenizar o rolo. É dívida enorme só em salários atrasados  (o novo prefeito pagou 2 milhões, mas ainda tem muito mais....);  de energia, telefone, fornecedores, previdência, enfim, um rosário que não têm fim.  César diz que vai dar um jeito, mas precisa de tempo para fechar todos os buracos deixados para ele.

BRINCADEIRA TEM HORA!
Só pode ser brincadeira a intenção dos deputados Anselmo de Jesus e Padre Ton, além de outros representantes de Rondônia, com o aval do Ministério da Justiça, que querem anistia para os envolvidos no Massacre de Corumbiara. Morreram 16 pessoas, inclusive uma criança e dois policiais militares. Anistia? Ora, se houve crime, todos os envolvidos, não importa quem sejam, têm que ser punidos e cumprir suas penas. Anistia para assassinos de farda ou não? Que conversa é essa? Criminoso tem é que pagar sua pena, não ser anistiado.

PERGUNTINHAS
Haverá alguma mulher disputando o Governo de Rondônia nas eleições do ano que vem? Quem entre elas teria alguma chance?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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