quinta-feira, 21 de março de 2013

OPINIÃO DE PRIMEIRA


 O TEATRO DO ABSURDO PARA O POVO DA PONTA DO ABUNÃ
Há três anos  a população da Ponta do Abunã, foi feita de besta outra vez. Naquele 28 de fevereiro de 2010, 190 mil eleitores, foram às urnas, para um plebiscito. O sim transformaria Extrema, Fortaleza do Abunã e Nova Califórnia em município. O plebiscito foi aprovado pelo TSE, coordenado pelo TRE, apoiado pelo governo do Estado, Assembleia, bancada federal, por Deus e pelo diabo. Todos queriam a emancipação dos distritos, distantes mais ou menos 300 quilômetros da área urbana, com toda a estrutura necessária para se transformar na 53º cidade de Rondônia. Dos mais de 190 mil que votaram, 170 mil votaram no sim. Festa, foguetes, comemorações. E?? E daí não aconteceu nada. Tempo perdido, ilusão apenas, engodo. Só o Senado pode mudar a situação, porque a lei atual proíbe a criação de novas cidades. Mesmo assim, como num teatro o ridículo, autoridades de todos os tamanhos incentivaram campanhas emancipacionistas, mobilizaram super estruturas eleitorais, fizeram milhares de pessoas perder seu tempo. Todos sabiam que era e é apenas jogo de cena.

Ah, mas pode-se argumentar que o plebiscito é  legítimo e um passo importante para futura emancipação! Mas a verdade já se sabia muito antes: tudo o que foi feito não serviu para nada. Pressão, mobilização, esforço comunitário. Tudo inútil. A Ponta do Abunã, apta para ser emancipada há mais de 20 anos, é apenas massa de manobra, mote de discursos de políticos e promessas vãs. Não foi e nem será emancipada tão cedo, porque depende de Brasília e do Congresso. E ambos não querem saber de autorizar emancipações. Ainda mais num estado periférico, no meio da Amazônia. Se fosse ainda um lugar onde houvesse grande densidade eleitoral (e só isso é importante), ainda teria chance. Afora isso, é só papo furado...
 
IMPUNIDADE OFICIAL
Dentro de 17 dias, o calendário não oficial do Brasil marca o triste Dia Nacional da Impunidade. Uma data sob o manto enlutado de quase três dezenas de brasileiros barbaramente assassinados e jamais lembrados, a não ser por seus familiares. OAB, Ministério Público, Judiciário, governos do Estado e Federal: todos fazem questão de esquecer a data. Foi em 7 de abril de 2004 que 29 garimpeiros foram chacinados dentro da Reserva Roosevelt, por índios Cinta Largas. Até hoje, nem processo foi aberto contra os assassinos. Viva a Impunidade oficial!

CADA VEZ PIOR
Vai piorando! Na semana passada, de cada dez acidentes de, nove envolviam motoqueiros. A situação é cada vez mais desesperadora. E onde andam as autoridades ditas competentes, para começar uma feroz batalha para mudar esse quadro? O que se vê é inércia, inoperância, lava mãos. Centenas e centenas de motoqueiros não conhecem as leis de trânsito e nem sequer têm habilitação, levando toda essa tragédia diária às ruas. Pobre dessa gente, que está se ferindo e morrendo às dúzias. E ninguém faz nada.

PARQUE ABANDONADO
Dá pena para quem passa pela área do antigo Parque de Exposição, da antiga Expovel, e ver que, hoje, está abandonada. Entra quem quer, apesar de uma placa ameaçando quem chegar ao local sem autorização. O que resta está semi abandonado; vê-se aqui e ali algum animal, mas a estrutura que existia simplesmente sumiu. Não está fácil, para quem se acostumou a ver no local grande eventos, ver tudo atirado. Bem que o governo rondoniense poderia reavaliar a política de uso do Parque. Deixá-lo assim, certamente, não é o melhor caminho.

INDENIZAÇÃO?
Pela enésima vez, o deputado Natan Donadon foi condenado. Perdeu em todas as instâncias e é um caso raro (seria cômico, não fosse trágico), de alguém condenado tantas vezes e que continua incólume e com seu mandato parlamentar intacto. É nossa ridícula legislação, criada para ser motivo de deboche, até porque é feita por parlamentares que querem mais é se proteger. Fosse num país sério, Donadon já teria cumprido grande parte da sua pena. Mas aqui, ele ainda pode acabar até recebendo uma indenização por ter sido condenado injustamente. Um horror!

PUNIÇÃO E SERVIÇO
Certíssimo o Ministério Público ao exigir que sejam investigadas irregularidades nas obras de esgoto de Porto Velho. Tem que descobrir os culpados se os houver e exigir cadeia para todos, além da devolução do dinheiro desviado, caso comprovado. O que faltou nas medidas exigidas pelo MP é que os responsáveis pelas obras as entreguem à população. Adianta investigar, denunciar, punir se o povo continua sem as obras que foram contratadas e pagas com o dinheiro dos seus impostos? Só denunciar não resolve. Tem é que exigir também que o serviço seja entregue...

UMA DÉCADA
Há mais de uma década, por decisão judicial, foram retiradas das ruas de Porto Velho as lombadas eletrônicads, por irregularidades nos contratos. Acabou-se o controle e as pesadas multas aos doidos do volante. Passado todo esse tempo, ninguém foi preso, nem um centavo foi devolvido aos cofres públicos e o trânsito se transformou na balbúrdia que se conhece, porque se perdeu uma década inteira de ensinamentos e punição aos motoristas irresponsáveis. Então, no que foi útil para a coletividade simplesmente acabar com o controle das lombadas?  

PERGUNTINHA
Será que ainda veremos um dia, nesse país, os bandidos e assassinos apodrecerem na cadeia?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
 
 

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