MARTIN LUTHER KING TINHA UM SONHO,
MAS NÃO VIVEU PARA VER A IGUALDADE
Este 4 de abril não é uma data qualquer. Ela está na história como um daqueles dia que ajudaram a mudar o mundo. Foi o dia em que Martin Luther King, o maior ativista americano pelo direito dos negros e a igualdade racial, foi assassinado a tiros, na sacada de um hotel de Memphis. O matador, Earl Ray, morreu na cadeia, porque nos Estados Unidos um assassinato coloca o matador na prisão pelo resto da vida. Não é como no Brasil, onde matadores vivem a solta, protegidos pela lei que os legisladores criaram para autoproteção, mas que, por extensão, dá boa vida aos bandidos. Martin Luther King não morreu em vão. Foi após seu assassinato que os direitos dos negros passaram a ser prioridade nos Estados Unidos, país onde, hoje, ser racista é considerado crime hediondo e inafiançável. Luther King era um só, mas parecia ser muitos. Sua liderança, suas palavras em busca da igualdade, sem violência e com paz, ainda hoje são lembradas no mundo inteiro. E respeitadas, porque ensinaram e ensinam a humanidade, que um só homem bom pode mudar o destino de milhões para o bem. Assim como gente igual Osama Bin Laden pode mudar para o mal.
Luther King é um símbolo. Para os negros de todos os países. Para os do Brasil também, onde ainda há discriminação, por vezes velada, por vezes às claras, mas ainda há, embora se registre avanços importantes. Mesmo que sejamos um país de negros e mulatos, em grande maioria; em que sejamos a terra da miscigenação; em que tenhamos uma incomparável cultura negra (hoje diz-se afrodescendente, para imitar o palavreado do politicamente correto importado dos americanos), ainda os negros brasileiros sofrem algum tipo de preconceito. Por isso, lembrar de Luther King nunca é demais. É também essa lembrança que nos tem ajudado a entender que não há maior justiça do que a igualdade.
TERRORISMO
O que aconteceu na madrugada de ontem, em Jirau, foi puro terrorismo. Não há qualquer outra nomenclatura para a tentativa de assassinato contra milhares de trabalhadores. Se os sete mil operários que dormem na obra estivessem todos nos alojamentos – e tivessem sido atingidos pelo fogo – o número de mortes poderia ser maior do que a registrada quando dois aviões atingiram o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Por trás disso – e não foi por falta de aviso – pode estar a bandidagem peso-pesado. Fernandinho Beira Mar avisou uma semana antes: “Porto Velho vai pegar fogo”.
ELE AVISOU!
Para quem acompanha essa coluna, no final de semana, ficou sabendo que o megabandido, chefão do tráfico e um dos homens mais violentos do país, Fernandinho Beira Mar, ao ser atendido na Policlínica Osvaldo Cruz, na Capital, avisou a uma enfermeira que a cidade iria pegar fogo. Disse com todas as letras e obviamente com a intenção de que a profissional contasse o que ouviu. Não falou em segredo. E a ameaça foi feita muitos dias antes do que se registrou em Jirau.
COINCIDÊNCIA?
A quase tragédia e os atos de terrorismo e vandalismo que ocorreram em Jirau, ontem, foram meras coincidências? Ou terá sido uma ação comandada de dentro da prisão, a mando do poderoso Beira Mar? Ele está preso na cadeia de segurança máxima de Porto Velho e, na semana passada, foi atendido na Policlínica, quando avisou que a Capital ia pegar fogo. Como ele poderia antever, uma semana antes, que haveria o incêndio de Jirau? As autoridades podem responder a tudo isso.
RORAIMA
Mesmo sofrendo, o brasileiro e o rondoniense sabem levar as coisas na gozação. Essa foi contada por uma vítima da ex-Ceron, bem humorada. O porto velhense criou a história de que alguém daqui ligou para o famigerado 0800, que atende no Rio de Janeiro. Lá, uma funcionária ouviu atentamente a reclamação de falta de energia. E anotou: “Ah, entendi! É de Porto Velho, Roraima. Vamos já providenciar o conserto do problema”. É piada, mas não deixa de ter um fundo de verdade. A 3.200 quilômetros, os cariocas do 0800 da Eletrobras Rondônia ainda confundem as coisas...
HOMENAGEM AOS MORTOS
Imperdível a entrevista das Páginas Amarelas da revista veja desta semana, com o senador Pedro Simon, gaúcho e um dos últimos congressistas dos quais seus eleitores se orgulham. Simon lamentou a crise por que passa o legislativo brasileiro, bateu duro na corrupção e resumiu tudo com uma frase duríssima:? “os homens de bem do Congresso estão mortos”. E citou vários deles. Deixou subentendido que os que estão vivos, com o até há pouco defensor da moral e da luta anticorrupção, Demóstenes Torres, já poderiam ter ido há tempo...
DE ASSUSTAR!
Números que assustam. No Rio de Janeiro, uma em cada 100 pessoas está cumprindo pena ou condenada pela Justiça e considerada foragida. Numa população de 6,5 milhões de habitantes, 52 mil estão nas cadeias e mais 22 mil são condenados ou foragidos da Justiça. Some-se a isso os outros milhares e milhares envolvidos com o tráfico e os mais diversos tipos de crime que ainda não foram alcançados pela mão da Justiça e se terá um quadro muito claro do porquê o Rio está envolvido em tanta violência. E isso que a criminalidade diminuiu nos últimos anos.
PERGUNTINHA
O que estará mais caro na Páscoa: os ovos de chocolate ou os peixes que o consumidor vai comprar?
Fonte: Sérgio Pires
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