terça-feira, 7 de junho de 2016

Do Brasil para a Bolívia numa Honda Biz

Mais de 30 dias e 9,3 mil quilômetros...
 O motociclista Alfredo Souza, realizou uma viagem desde o Brasil até a Bolívia, montado numa Honda Biz, onde chegou até o grandioso Salar de Uyuni. Foi acompanhado de outros amigos, o Samuel Hasse (que utilizou uma Honda CG 150 2008), Marcelo Borges (numa Yamaha Ténéré 250) e Cleber José Lulio (também numa Yamaha Ténéré 250). 

Salar de Uyuni - Bolívia 


Viajaram por 36 dias. Uma coisa bacana que fizeram foi evitar hotéis. Todas as noites os amigos encontravam um local para dormir, numa noite foi numa casa abandonada no meio do mato, noutra numa tenda às margens da rodovia, acamparam bastante também, inclusive em pátios da polícia local, garantindo um sono "protegido". 
Não faltaram, também, imprevistos. Logo no quarto dia do roteiro uma chuva molhou o cobertor de Alfredo, que depois precisou pegar carona na Biz por muitos quilômetros para ir secando com o vento. Alguns dias mais tarde, na cidade argentina de Salvador Mazza, um nativo tentou passar a perna nos brasileiros, dizendo que era preciso pagar uma alta taxa para sair da Argentina e ingressar na Bolívia. O valor era mentira, mas o tal seguro, não. Depois de muito procurar, os amigos encontraram um local para fazer o documento. Em seguida, durante a revista na aduana, uma pomba defecou sobre a folha da moto do Cleber, fazendo ele ter que imprimir novamente. Passado o melequento  imprevisto, a viagem continuou.


Uma curiosidade comum quando fala-se em viagem de moto para outros países da América do Sul é o preço da gasolina. Em alguns lugares da Bolívia não foi fácil conseguir o precioso líquido, e quando era possível fazer a aquisição vinha com preço salgado. Na cidade de Villamontes, parada do grupo após Yacuíba, a gasolina para bolivianos custava 3,74 Bs e para estrangeiros 8,68 Bs. Há pouco tinham feito o cambio com o Bs cotado a R$ 0,57. Logo, o litro da gasolina para estrangeiros custava cerca de R$ 4,94.
Alfredo era o único com experiências internacionais em viagens de motos, enquanto os amigos não haviam realizado percursos superiores a 3mil km, sempre dentro do Brasil. O Samuel comprou uma moto em Brasilia e foi buscar ela lá, fora outras viagens que fazia pelo Sul e Sudeste com uma YBR. Marcelo está há vários anos sem moto e nunca tinha feito uma viagem de mais de 500 km. Cleber, por sua vez, fazia viagens pelo Sul e Sudeste, mas sempre em asfalto.


No décimo dia de viagem, um após conhecer Uyuni, depois de 180 km de estrada de chão e areia a uma velocidade média de 30 km/h, o grupo se separou. Dois foram pela Ruta 40, enfrentando 780 km de ripio (mistura de terra com cascalho), enquanto os outros seguiram pela Ruta 9, onde o caminho tinha asfalto. Se encontrariam em Cafayate. Marcelo e Cleber acabaram retornando ao Brasil precocemente e abandonando a viagem, pois estavam desgastados com o percurso e havia aparecido um vazamento no cano do radiador de óleo de uma das motos. Samuel e Alfredo seguiram viagem.
Muito interessante um comentário do Alfredo, o piloto da Biz: "Se eu tiver uma moto mais potente vou querer andar mais rápido e perderei muita coisa que só de Biz eu vejo."
Além disso, Alfredo também elogiou a mecânica da moto, sua injeção eletrônica, bagageiro interno, e o fato de ser comercializada em diversos países da América do Sul, o que facilita na hora de procurar por peças. Além das viagens internacionais (lembrando que foram três), pelo Brasil o motociclista já tinha rodado todo o Sul e tinha ido até o Rio de Janeiro, sempre de Biz.


Essa viagem do quarteto de amigos é mais uma prova de que "qualquer moto nos leva para qualquer lugar" e que, mesmo com pouca grana (economizando com hotéis), dá para se fazer prazerosas longas jornadas sobre duas rodas. Podemos inclusive dizer, que ir de moto grande e bastante grana no bolso, é passeio, de Honda Biz, CG 150 e pouca grana, ai sim, é aventura! 
Confira mais sobre essa e outras viagens do Alfredo em seu blog: 
www.passeandopelaamerica.blogspot.com.br
 Fonte: Texto pelo Augusto de Souza, adaptado por RockRiders.com.br 

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