sábado, 25 de junho de 2016

DEUS NOS FALA

Evangelho de Lucas 9, 18-24

“Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: Quem dizem que eu sou? Responderam-lhe: Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas. Perguntou-lhes, então: E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: O Cristo de Deus. Ordenou-lhes energicamente que não o dissessem a ninguém. Ele acrescentou: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia. Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á.”

Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Os discípulos, interpelados por Jesus sobre a sua identidade, tiveram dificuldades em reconhecê-Lo. O Mestre questiona os seus discípulos porque sabia que não era fácil aceitar Jesus Messias desse jeito, crucificado. As multidões se afastaram porque era mais fácil seguir um Jesus que fazia milagres do que um Jesus na cruz. Por isso, o Mestre quer preparar os seus discípulos para compreender a cruz como projeto de Deus. É a cruz o ponto de referência para entender a nossa verdadeira vida de fé. Sempre dialogando com os discípulos, o Mestre, quer saber mais sobre o que os outros dizem, e o que eles pensam. Pedro, prontamente, responde que Ele é o “Messias de Deus”. Isto é, o Senhor que todo mundo esperava. “Então, Jesus proibiu severamente que eles contassem isso a alguém”, porque a expectativa das pessoas era conforme os anseios delas. Jamais iam pensar de receber um Messias servo sofredor. Isto é: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia.” A esse ponto a gente se pergunta: será que Deus quis lhe impor um destino cruel? Nada disso, mas somente podemos dizer que foi uma necessidade humana. O que quer dizer isso? Veja bem, em um mundo injusto o justo pode sobreviver? É natural que será perseguido. Se for o caso, pode até ser morto. Então, se Jesus tivesse optado em viver com os injustos, com certeza não teria sofrido nenhuma perseguição e condenação. Mas Ele preferiu ser fiel a Deus, vivendo como justo, e assim doando-se até à crueldade da cruz, demonstrou uma vida de total amor. Nesse sentido, o Mestre Jesus acrescenta: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga.” Isto significa, para poder seguir

Jesus, que devemos combater o egoísmo que cada um de nós tem. É o egoísmo que nos impede de nos doar, amar os outros. O egoísmo exalta o próprio ‘eu’, reduzindo a nossa ação de ir ao encontro dos outros, prejudicando-nos em construir fraternidade entre nós. Então, carregar a cruz quer dizer tudo isso; optar pelo ensinamento de Jesus que nos garante que temos capacidade de transformar a injustiça, a perseguição em amor. Derrotar a violência amando. Assim sendo, podemos compreender a cruz a partir da vida de Jesus, que a transformou da brutalidade de condenação à maior glória. Quanto é importante para todos nós o testemunho do Messias, porque podemos ser transformadores das nossas realidades que tanto nos afligem. No entanto, repito, precisamos assumir essa lógica do Mestre e não do mundo. Tudo isso nos leva a praticar as palavras de Jesus: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará.” Este é o caminho da vida para sempre. E os cristãos fazem questão de se deixar atrair por essa bem aventurança, verdadeiro caminho, por incrível que possa parecer, de felicidade. É uma proposta de vida eterna e segura. Concluindo, pergunto-te: você acredita nisso? Tem propostas garantidas de vida eterna que superam essa?

Fonte: Claudio Pighin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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