quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SOLITÁRIO

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui regugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era êsse que a carne nos conforata....
Cortava assim como um carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
--Velho caixão a carregar destroços --

Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico os ossos

      Augusto dos Anjos

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