Há quem tenha comemorado a presença do Exército nas ruas, em Porto Velho e outras cidades de Rondônia. A grande maioria, por estar apavorada, temerosa da bandidagem e da violência soltas, porque a Polícia Militar não estava nas ruas e não cumpria seu papel de proteger as comunidades. Outros, felizmente poucos, por ideologia absurda e ultrapassada. O aplauso aos militares verde oliva foram por demais justos, nestes dias turbulentos. Mas, devagar com o andor. Há, aqui e ali, quem defenda a volta dos militares ao poder, confundindo a absurda falta de segurança pública com o militarismo e a ditadura. Nada disso. O Exército hoje cumpre seu papel constitucional, atendendo comandos do próprio governo central, quando alguma região do país está em turbulência e suas forças policiais não estão fazendo seu trabalho. Nada mais que isso. O regime democrático que vivemos é inigualável, é o melhor sistema que poderíamos sonhar (muitos lutaram por isso suas vidas inteiras) e não podemos pensar que, a qualquer conflito, a qualquer quebra da normalidade, se vá clamar pela volta das Forças Armadas ao poder. Nem a democracia permite, nem os próprios militares aceitariam tal incumbência, que não fosse o estrito cumprimento das suas funções democráticas e hierárquicas.
Portanto, os que já andam colocando suas unhas de fora, cantando vantagens sobre a presença dos militares nas ruas, que tirem o cavalo da chuva. Mesmo em situações muito difíceis como a que vivemos em Rondônia - e isso já se repetiu em outros estados brasileiros – as Forças Armadas dão exemplo de respeito à Constituição e apenas cumprem o que lhes é determinado pelo poder legitimamente eleito. Temos que enfrentar nossas crises em busca do aperfeiçoamento democrático e apelar às forças militares quando só elas puderem resolver nossos problemas de segurança pública. Afora isso, é atentar contra o bom sendo, afrontar o povo e às próprias Forças Armadas, elas sim, hoje, apenas a serviço da democracia e do país.
OBRAS PARADAS
Uma das explicações para os atrasos em obras públicas em Rondônia: o Tribunal de Contas não autoriza correção de preços para as empresas que venceram as concorrências, mesmo passado dois ou até três anos da competição. Empresários do setor não conseguem tocar as obras sem ter prejuízos. Só em alguns setores, como a mão de obra, aumentou o custo em até 200% em três anos. O calo da ferida está aí.
SÓ DOIS
O PT abandonou todos os cargos na Assembleia, menos dos seus dois deputados. Epifânia Barbosa, envolvida ainda no rolo da Operação Termópilas. E Ribamar Araújo, é o único dos 24 parlamentares que não responde a nenhum processo em seus dois mandatos e passou incólume por todas as danosas ações que envolveram a ALE-RO nos últimos tempos.
DUAS RAZÕES
Um dos motivos da saída dos petistas dos cargos, está explicado em nota oficial: quer ficar longe do desgaste político que envolve o legislativo. Mas o outro, por trás de tudo, é óbvio. OPT deu o recado que não quer conversa com seu ex militante José Hermínio Coelho, presidente interino do poder. Hermínio saiu do partido por ter brigado com o grupo liderado pelo prefeito Roberto Sobrinho e foi para o PSD. Hermínio já avisou que não vai demitir ninguém.
FACÇÕES DIFERENTES
O PT em Rondônia, hoje, tem várias correntes. Uma delas, a mais forte, é a Construindo o Novo Brasil (CNB), que reúne desde Sobrinho e seus principais aliados até o grupo da ex-senadora Fátima Cleide. O outro é o “Mensagem”, liderado pelo deputado federal Padre Tom. O terceiro começa a mostrar a cara com mais força agora, durante a crise: é o Articulação de Esquerda.
ATÉ O FIM
É deste último grupo que nasceu o nome de José Neumar, que fontes ligadas a essa ala, negam com veemência qualquer acordo com o grupo de Fátima Cleide. Comentário nesse sentido postada nesta coluna, dias atrás, foi corrigido por membros da Articulação de Esquerda, que, garantem: Neumar entra pra valer e vai para a disputa interna pela indicação à Prefeitura da Capital.
DO LADO DE FORA
Peemedebistas históricos andam insatisfeitos com o governo Confúcio. Em jantar com a imprensa, promovido pelo casal Valdir Raupp e Marinha Raupp, encontro tradicional de todo o final de ano, um deles, personagem conhecido da história do partido, fez comentários duros neste contexto. O PMDB clama por maior participação no governo que ajudou a eleger. Não tem conseguido.
COLCHA DE RETALHOS
Se todos os projetos que tramitam no Congresso para divisão territorial do Brasil fossem aprovados, teríamos não 27, mas 45 estados. E dois territórios federais. O custo inicial desta brincadeira, seria de 20 bilhões de reais. Tudo para acomodar lideranças políticas regionais, que querem abrir novos espaços. Preocupação real com o povão: zero. Essa gente não se emenda mesmo. E nós ainda votamos neles...
PERGUNTINHA
A Justiça Eleitoral construiu um novo prédio para sete desembargadores ao custo de meio bilhão e gastará outro meio bilhão com o voto biométrico. O Brasil precisa disso?
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