Filas enormes, gente de todas as idades querendo ver a taça que o campeão da Copa do Mundo receberá e, mais à tardinha, um pequeno grupo fazendo um manifesto contra a realização do Mundial, que exigiu até reação mais dura da PM: o quadro do domingo em Porto Velho é, proporcionalmente, o que se vê Brasil afora. A maioria querendo ver curtir a Copa e uma minoria (com todo o direito, diga-se de passagem), protestando. Só perdem o direito ao protesto, esses manifestantes, quando descambam para a baderna. A verdade é que na Pátria do Futebol, a Copa do Mundo é sempre usada pelos políticos, tanto os contra como os que governam. Foi assim nos anos 70, quando, em plena ditadura militar, a esquerda odiou quando fomos tricampeões no México. A vitória da Seleção, de Pelé, Rivelino e Companhia, foi usada como propaganda maciça pelos milicos. Agora, trocam-se os lados. Os antiPT; os antigovernistas, querem que a Seleção perca a Copa, porque se a ganhar, raciocinam, poderá ajudar a turma que está no poder a ficar nele mais alguns anos.
Militantes políticos não aceitam contra argumentos. Só o que pensam e defendem é que está certo. Veja-se, por exemplo, os próprios petistas, que não aceitam críticas à sua forma de governar o país, mesmo com grande parte da população dizendo, claramente, que está na hora deles caírem fora e darem espaço para a tão propalada alternância no poder. Que eles tanto defenderam no passado. O PT e todas as demais linhas políticas querem apenas o poder. O resto é firula. Então, usar a Copa do Mundo e a Seleção como argumento, faz parte do jogo, com o perdão do trocadilho, embora se a Seleção ganhar ou perder, pouco muda na dura realidade do país. Mas, enfim, cada um defende o que acha certo. Mesmo quando mistura ideologia, política, país e futebol...
AINDA NA ESPERA - Discursos, algumas críticas ácidas contra o PMDB e elogios ao PP de Ivo Cassol; pré lançamento de candidaturas, como a do ex prefeito Roberto Sobrinho a deputado federal; possibilidades de novos acordos com mais partidos: nada mais que isso. Como quem conhece os meandros da política já imaginava, os petistas não bateram o martelo para oficializar o nome do Padre Ton como o nome do partido ao Governo do Estado. No geral, o apoio está implícito. Mas o PT ainda vai esperar um pouco, antes de definir concretamente seus rumos no Estado.
CASO CORUMBIARA - O Padre Ton, que teria tantos temas para colocar em pauta ao discursar contra uma aliança com o PMDB, desenterrou o episódio que os petistas e aliados chamaram de Massacre de Corumbiara. Quando invasores de terras foram mortos por PMs de Rondônia, depois que os policiais foram atacados com foices, pedras e armas. O julgamento do caso até hoje não passa na garganta de muita gente, que sabe o que realmente aconteceu. Mas foi esse o discurso da esquerda, radicalizando o debate, o assunto escolhido pelo Padre Ton para hostilizar os peemedebistas.
FÁTIMA SECRETÁRIA - Quem conhece os bastidores da política acha, baseando-se na experiência, que na Hora H, o PT vai fechar com o PMDB. Indicará um nome a vice, que poderia ser Fátima Cleide, já com a perspectiva de, se Confúcio ganhar, ela ser a secretária de Educação. Isso deixaria a maioria petista fora do páreo, porque além do grupo minoritário de Fátima, não há lideranças que queiram manter a união com o PMDB. Nessa história, quem corre o risco de dançar é o Padre Ton. E a educação rondoniense, que poderia dar uma guinada para questões ideológicas, que são prioritárias para o PT.
CASSOL IDEM - No mesmo tom, com o perdão do trocadilho, o grupo do senador e ex governador Ivo Cassol também não definiu nada concretamente, neste final de semana. Há uma possibilidade concreta, ainda, de que o PP e outros partidos aliados a Cassol possam caminhar com o PT, na corrida pelo Governo. Mas a verdade é que não houve avanços nas negociações e nem novidades. Os dois lados falam que estão perto de um acerto, mas ele, se acontecer, provavelmente só lá pelo final de maio ou primeira semana de junho.
INOVAÇÃO DO TRE - O TRE rondoniense inova mais uma vez. É o primeiro do país a exigir que cada comitê das coligações que vão disputar as eleições, tenha, full time, um advogado e um contador contratados. A decisão saiu esta semana e já vale para o pleito de outubro. É um passo importante, porque com esses dois profissionais se terá respostas imediatas relacionadas com questões legais e financeiras. A inovação foi decidida pelo pleno do Tribunal.
ANO ATÍPICO - Este é, sem dúvida, um dos anos mais atípicos que o porto velhense já viveu. Depois da trágica enchente e de tudo o que ela trouxe de ruim, muita coisa teve que ser readaptada na Capital. Uma delas é o carnaval, que neste ano será em julho. A Banda do Vai Quem Quer, por exemplo, desfilará no sábado, dia 5 de julho. A tradição da Banda será mantida, mas espírito carnavalesco em julho é coisa complicada. A menos, é claro,quee o Brasil ganhe a Copa e as comemorações se estendam para o resto do ano..
PERGUNTINHA - Quando se saberá, definitivamente e sem nenhuma contestação, se a Justiça Eleitoral vai autorizar a candidatura de Expedito Júnior ao Governo do Estado de Rondônia?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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