Depois de apenas cinco semanas sem beber, participantes de uma pesquisa ficaram com 15% menos gordura no fígado, perderam 1,5 kg e dormiram melhor
Depois dos excessos cometidos no Natal e no Ano Novo, muita gente se propõe a passar algumas semanas longe do álcool para dar um descanso para o fígado. Mas será que essa pequena pausa traz algum benefício para o organismo? Segundo um experimento descrito na edição de 1º de janeiro da revista New Scientist, a resposta é sim. Pelo menos a curto prazo.
O "janeiro seco" é bem comum em países como Reino Unido, onde um terço das mortes causadas por doenças do fígado tem relação com o abuso de bebidas alcoólica. Por isso, uma equipe da própria revista decidiu se submeter a testes para identificar os reais benefícios dessas semanas de abstinência. Nenhum dos 14 participantes se descreve como "bebedor pesado", segundo o período (mas é bom lembrar que os britânicos bebem bastante).
A equipe foi acompanhada pelo médico Raijv Jalan, do Instituto do Fígado e Saúde Digestiva da Faculdade de Medicina da Universidade de Londres (UCLMS). Apesar do pequeno número de pessoas, o especialista acredita que o experimento traz pistas importantes sobre os efeitos da abstinência para a saúde a curto prazo.
A equipe passou por uma rodada de exames e, então, dez dos integrantes ficaram cinco semanas sem consumir álcool, enquanto quatro mantiveram sua rotina habitual Depois do período estipulado, os exames foram repetidos.
Resultados - Os resultados da turma que ficou sem beber impressionaram o médico: a quantidade de gordura no fígado caiu em média 15%, sendo que chegou a 20% para alguns indivíduos. Os níveis de glicose no sangue também despencaram em média 23%. A taxa de colesterol total teve redução de 5% e os participantes perderam 1,5 kg. O grupo que continuou bebendo não apresentou nenhuma alteração significativa nos exames.
Os participantes que ficaram sem beber ainda relataram melhora no padrão de sono e na concentração, o que refletiu no desempenho profissional. O único lado negativo, relatou a equipe, foi a diminuição do convívio social - afinal, não poder beber é um empecilho para sair com os amigos.
Advertência - Jalan comenta que é impossível prever quão duradouros são esses benefícios. Mas ele acredita que os resultados são consistentes a ponto de justificar a realização de estudos maiores.
Outro especialista em doenças hepáticas, o médico Scott Fridman, do hospital Monte Sinai, em Nova York, também se impressionou com a rapidez com que os efeitos da abstinência apareceram.
Mas ele adverte que o experimento não deve servir de incentivo para que as pessoas exagerem nos 11 meses restantes. Para ele, a mensagem a ser passada é o quanto as pessoas podem se beneficiar de um período ainda mais longo de abstinência.
Fonte: UOL
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