A motorização no Brasil está se
orientalizando. Com a explosão da nova classe média e o crescimento desordenado
das cidades, as motinhos tomam conta das ruas. Com tráfego parado, a tentação
de se esgueirar entre os carros soma-se à idéia de economia para determinar a
decisão das compras. Em algumas regiões, , cubs e motinhos utilitários surgem
como opção ao transporte coletivo – nos casos dramáticos, à precariedade dos
meios existentes. Esse fenômeno é claro no Nordeste, que reproduz a opção pela
mobilidade individual de grande parte do Oriente longínquo, caso de toda a
Indochina, Tailândia, Vietnã, Laos, Camboja, Birmânia – e da continental China.
Diante da ausência de trens ou outros sistemas de transporte organizados, vale
munir-se de duas rodas e um pouquinho de gasolina.
No Brasil, esse papel popular tem
sido reservado às utilitárias, cuja versão emblemática é a Honda CG 125/150 (o
veículo automotor mais vendido no país há anos), e às cubs, ou underbones. Os
scooters têm se apresentado como opção mais charmosa, especialmente para o
público feminino e jovem. Curiosamente, o primeiro veículo a motor feito no
país foi a Lambreta, uma motoneta, em 1955. Os automóveis começaram no ano
seguinte, com a Vemaguet e Kombi.
Em meados dos anos 80, a Vespa
instalou-se em Manaus, em parceria com a Caloi, para montar a Vespa PX 200. Com
a reabertura das importações, proibidas entre 1976 e 1990, houve ingressos
pontuais de scooters de marcas como
Peugeot e Piaggio, mas o seguimento começou a renascer apenas em 2004, com o
lançamento da Suzuki NA 125 Burgman, um sucesso visível nas cidades. A Yamaha
lançou a Neo 115 em 2007, com rodas de aro mais amplo e pegada cub, seguida
pela Dafra Laser 150 em 2008. A Honda apresentou o Lead 110 em 2009, com
injeção de combustível moderna – e ele se mantém na liderança do segmento até
hoje.
Entre os scooters de maior
cilindrada, a onda do momento, a Suzuki também é a pioneira e a única marca a
explorar esse mercado até hoje, com os Burgman 400 e 650. A Dafra começou a
construir boa reputação com o Sym Citycom 300, lançado em 2010, sucesso de
vendas nas maiores cidades. Aliás, em breve pode lançar a versão mais
sofisticada do mesmo modelo, a GT, e até mesmo o irmão maior, o Sym 400i.
Esses produtos devem enfrentar
concorrências em breve. A Piaggio, dona da Vespa, ronda e afaga. A Honda, do
alto de sua sólida liderança, tem produtos para os diversos nichos, com topo no
Silver Wing 600 cc e no novo Integra, de 700cc.
No Salão da Moto do ano de 2012, a Yamaha e
Kavasaki fizeram sondagens com o consumidor final. A marca dos diapasões trouxe
o X-Max 250 e o T-Max 530. Alvos de atenção e especulações, nada foi confirmado
oficialmente. É dada como certa a chegada do irmão maior da família. A Kavasaki
trouxe dois modelos da marca de Taiwan Kymco: o Agility 200 e o Xcting 500. Sua
chegada deve ocorrer ainda no segundo semestre. A BMW... Bem, você acaba de
conhecer mais fundo o C 600 Sport e o C 630 GT, que em breve devem chegar por
aqui. As peças estão no tabuleiro.
Fonte: Eduardo Viotti – Revista Quatro Rodas
/ Moto
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