quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

OPINIÃO DE PRIMEIRA

O ANO DO CENTENÁRIO COMEÇA COM UM FESTIVAL DE PROMESSAS

Quais os presentes que a comunidade de Porto Velho vai ganhar no ano do seu centenário? Afora as 63 obras paralisadas (incluindo os viadutos, que agora, segundo o Dnit, só ficarão prontos daqui a 30 meses, no mínimo); afora as ruas dos bairros destruídas por buracos sem fim e tomadas pelo pó no verão amazônico; afora o abandono dos seus pontos históricos e seu centro comercial antiquado e sem qualquer mobilidade para a população, que mais a Capital rondoniense ganhará? Estamos vivendo um dos piores momentos da nossa mais importante cidade nas últimas décadas.. Não temos o mínimo necessário  à uma cidade que deveria estar muito, mas muito melhor do que está. Merecíamos muito mais. Temos ainda poucos meses pela frente, para, ao menos recuperar um pouco o tempo perdido e, quem sabe, dar umas pinceladas de futuro nesta Capital. Pelo menos um pacotaço de obras públicas; uma limpeza geral no centro e nos bairros; cobrir a buraqueira infernal, já seriam passos importantes. E iluminar melhor toda a cidade. Mas, do jeito que as coisas estão andando, podemos ter esperança de que isso vá acontecer?
O centenário de uma cidade - e ainda mais de uma Capital - merece comemorações, fogos, festejos. Mas, sendo honestos e deixando a hipocrisia de lado: o que exatamente o porto-velhense tem a comemorar, na entrada dos seus 100 anos? Podemos ainda ter esperança de melhorias, não mais que isso. Promessas da Prefeitura de que fará milagres até outubro; do governo, de que asfaltará mais de 150 quilômetros de ruas e avenidas; promessas de conclusão das obras federais. Estamos começando os festejos do centenário com um Festival de Promessas.  Tomara que não seja esse o nome oficial dado às comemorações dos 100 anos de Porto Velho. Porque, de promessas, todos nós estamos com o saco cheio.
 RISCO NAS RUAS - Presos andando para lá e para cá pela cidade, transportados em carros da Secretaria da Justiça, do presídio para os fóruns, onde vão prestar depoimento à Justiça é cena comum em Porto Velho e em qualquer grande cidade brasileira. Mais uma vez, as autoridades ignoram os riscos para a população. Presidiários perigosos são uma ameaça, porque pode haver tentativa de resgatá-los ou matá-los, dependendo da facção a que pertencem. E a bala pode correr solta no meio do trânsito. Mas como para as leis brasileiras a população comum é apenas um detalhe, o risco permanece...
OUSADIA E DESTEMOR - Nesta semana, um preso foi baleado por motoqueiros quando chegava à Sejus. Ousados e ignorando a polícia, a (in) segurança e qualquer limite, os bandidos atacam em plena luz do dia, fazem o que bem entendem e, quando presos, ainda recebem tantos benefícios que se fica perguntando: para que serve a eterna separação entre as pessoas de bem e as más? Enquanto isso, os grandes temas nacionais são eleições 2014; Copa do Mundo, Carnaval; Parada Gay: cotas para isso e para aquilo. Vamos de mal a pior, mesmo!
A VOLTA DO PEDÁGIO - Conflitos de Índios contra brancos, na região de Humaitá, podem piorar a partir de agora. Mesmo com um apelo pessoal da presidente Dilma Rousseff, pedindo aos Tenharim que não retomem a cobrança de pedágio na Transamazônica,  a resposta foi não. Eles avisam que a partir de 1º de fevereiro, voltam a achacar motoristas na rodovia federal. O governo propõe cestas básicas para ajudar os índios, eles avisam que não vão abrir mão de mais de 35 mil reais/mês arrecadados nos pedágios ilegais. A coisa complicou.
SENTENÇAS DIFERENTES - Pesos e medidas diferentes. Para quem vive elogiando o STF por ter mandado prender os mensaleiros, é sempre bom lembrar que foi o mesmo Supremo quem doou dois terços do Amapá a algumas centenas de índios e às ONGs internacionais. E o mesmo que deu cidadania brasileira ao cruel assassino Césare Batistti, aquele que matou e incendiou policiais na Itália e que, aqui, é gente do bem, para nossos ministros do STF e para o governo brasileiro. Portanto, devagar com o andor, que o santo é de barro!
TERCEIRA EMPRESA - Amanhã, a Prefeitura anuncia a terceira empresa de ônibus em Porto Velho. Ela terá que ter pelo menos 70 coletivos zero e cumprir várias exigências. Agora, a expectativa: as duas empresas existentes não conseguiram atender a toda a cidade ou é a situação caótica das ruas em dezenas de bairros que não permitem que os coletivos levem e tragam passageiros? A nova empresa terá que entrar também em linhas consideradas horrorosas, pelo estado das ruas, esburacadas, enlameadas e sujas. Dará conta?
VAGABUNDOS À SOLTA - Lamentável, triste, inexplicável: que adjetivos a mais se pode buscar para comentar o caso do Colégio Manaus, em Porto Velho? Em menos de seis meses, a escola foi atacada onze vezes por vândalos e bandidos. Numa delas, dias atrás, os anormais tentaram incendiar o prédio da escola, que é tradicional e muito querida em toda a comunidade da região do bairro Areal. Nesta semana, roubaram os  últimos dois computadores que ainda tinha sobrado dos ataques anteriores. Está na hora da polícia colocar a mão nesses vagabundos. Aliás, já passou da hora...
PERGUNTINHA - Será que depois do que aconteceu em Campo Novo, as quadrilhas que imitam ataques dos tempos do cangaço, ainda vão continuar atacando pequenas cidades em Rondônia?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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