Uma convivência com os elementos mais jovens da família, além de ser uma coisa obrigatória, pode ser muito agradável.
Se envelheceu, é porque a vida foi amiga. Os filhos cresceram, os filhos casaram, os filhos tiveram filhos...É a evolução normal da vida, é preciso conviver o melhor possível com essa descendência. O ideal seria que os filhos fossem educado para aceitar e a velhice dos pais e avós. Os idosos, mesmo que não dependem financeiramente de ninguém, são dependentes de amor, do carinho, da atenção dos filhos e dos netos.
Lembro-me de uma história que ouvia sempre os mais antigos contarem.
O pai servia a comida para o avô em uma cuia e explicou ao filho que era porque ele derrubava a comida, não tinha mais firmeza nas mãos e por esse motivo ele comia na cozinha e, para não quebrar o prato, havia preparado para ele uma cuia. Um dia ele chegou em casa e viu o filho lixando uma cuia e, quando lhe perguntou para que servia, ele disse: "Estou preparando para quando o senhor ficar velho".
Os filhos aprendem com os pais e, certamente, do modo que tratar os seus pais, será tratado pelos seus filhos. Porque não os ensinar durante a vida o respeito para com os velhos, a delicadeza, ensinar a tratar-los com amor, com carinho, compreensão, respeitando as suas deficiências e os amando se for possível?
O amor é sempre a base para a boa convivência e o amor não faz mal a ninguém e, mesmo que se erre, se for por amor merce perdão. Não custa nada educar os filhos e prepará-los para aceitar os idosos, eles precisam compreender que um dia também serão velhos, a que a vida é assim mesmo: nascer, crescer, envelhecer.
Para que os filhos compreendam, é importante o exemplo. Eles precisam aprender com os pais, assim como seus filhos deverão ser ensinados por ele a respeitar os que envelhecem.
Fonte: Thereza Freire Vieira - Médica geriatra e escritora, colaboradora de jornais e revistas - Jornal Alto Madeira
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