sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os protestos ganham força

As mobilizações que iniciaram ontem na Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), em Porto Velho, e na semana passada em São Paulo, serviram para a classe política repensar algumas atitudes nos últimos dois anos. Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que fará uma "apelo" ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para adiar a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que impede o Ministério Público de investigar crimes.

O apelo de Cardozo foi prontamente atendido. A votação da PEC-37 estava marcada para o dia 26 de junho, mas lideranças da Casa decidiram adiar a discussão para julho ou o segundo semestre - diante da polêmica que entrou agora inclusive na lista de reivindicações das manifestações populares nas ruas e nas redes sociais.

Pelo andar da carruagem, os protestos vão continuar, mesmo diante da decisão de empurrar o assunto para o próximo semestre. O movimento de revolta da população ganha força a cada dia. Ontem começou a circular na internet um vídeo elegendo cinco pauta de prioridade na manifestações. Diferente da mobilização que exigiu a saída do ex-presidente Fernando Collor, o movimento vem ganhando força em todas as capitais e pode exigir a saída do presidente do Senado, Renam Calheiros (PMDB).

É nítida que a mobilização dos estudantes já saiu do foco do transporte público e ganha outra dimensão. Muitos não esqueceram do escândalo do mensalão e dos recursos que estão tramitando no STF por conta das condenações dos mensaleiros. Toda essa revolta que está reprimida está ganhando com força as ruas de municípios pacatos.

Rondônia não poderia ficar de fora dessas mobilizações. Alvo de escândalos na década de noventa, o Estado já teve deputado cassado, propineiros, prefeitos presos, advogados e delegados por conta de escândalos. O país toma as ruas e muitos tem a esperança que se pode construir um Brasil melhor.
Fonte: Editorial - Jornal Diário da Amazônia

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