Dados da Operação Cavalo de Aço, realizada pela Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (Cia de Trânsito) aponta a remoção de 1.516 motocicletas nos cinco primeiros meses de 2013, totalizando uma média de 318 remoções por mês. Número cerca de 77% maior que o ano passado, quando a média mensal era de 180 remoções. De acordo com o policial militar de trânsito Leão Gonçalves, além de recuperar motocicletas irregulares, a operação ajudou a reduzir o número de acidentes. Antes da Operação Cavalo de Aço eram registrados, aproximadamente, 20 acidentes/dia, atualmente esse número caiu para 16. “Estamos trabalhando para reduzir ainda mais”, afirmou.
Ainda de acordo com o PM Leão, a Cavalo de Aço é específica para fiscalização de motociclistas, mas os demais veículos não deixam de ser fiscalizados. “Os motociclistas são os principais alvos, porque através de nossos dados percebemos que 75% dos acidentes que ocorrem no município são envolvendo motoqueiros. Mas, durantes nossas fiscalizações abordamos todos os veículos”, explicou.
DADOS DA OPERAÇÃO
No ano passado a Cia de Trânsito realizou 1.439 apreensões em Porto Velho, deste total 1.394 foram motos e 45 outros veículos. As principais irregularidades foram documentação atrasadas (1.203), falta de Carteira Nacional de Habilitação (998) e falta de documentação no momento da abordagem, seja do veículo ou CNH (842). Também foram recuperadas seis motos que haviam sido roubadas. De janeiro a maio de 2013 os policiais removeram 1.589 veículos, deste 1.578 foram motos e 11 outros veículos. Ao todo foram registradas 3.598 infrações apenas este ano. As principais irregularidades são documentação atrasada (1.228), falta de Carteira Nacional de Habilitação (772) e falta de documentação no momento da abordagem, seja do veículo ou CNH (741).
Mais de 70% dos veículos apreendidos são motos - Dos 4.514 veículos apreendidos desde 2012 que se encontram no pátio do Detran, 3.160 são motos, o que equivale a cerca de 70% desse total. A maioria foi apreendido por atraso na renovação anual da documentação, durante a Operação Cavalo de Aço, que completou um ano e é realizada em parceria entre a Companhia de Transito e o Detran. De acordo com o comissário do Departamento de Apreensão de Veículos, Túlio Martinho Paes, muitos desistem de recuperar o veículo, pois não tem condições de pagar as multas, o documento e as diárias. “As pessoas vem aqui, se deparam com as taxas e acham que é melhor comprar outra moto do que recuperar a que está aqui. E um agravante é o tempo que a pessoa demora para fazer a regularização. Quanto mais tempo, mais caro fica”, explica Paes.
Roberto Souza teve a sua moto apreendida depois de vendê-la e antes que fizesse a transferência da documentação o comprador deixou de pagar o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e adquiriu algumas multas. Ele conta que para tirar a moto, deve gastar o valor que a vendeu. “Gastei R$ 2.500 para tirar a moto, antes que ela fosse a leilão. Nesse caso vale a pena pra não perder o bem e vou tentar negociar de novo. É melhor tirar do que perder tudo”, declara. O proprietário da moto diz ainda que somente com as diárias teve que desembolsar pouco mais de R$ 670, pelos 90 dias que a motocicleta ficou no pátio do Detran. Túlio Paes esclarece que o valor da pelo dia no pátio do Detran é de R$ 7,55. “Não parece muito alto, mas quando acumula e junta com as outras taxas a pessoa paga muito caro”, afirma.
Novo procedimento para atender vítimas - Desde o último dia 25 de maio, a Polícia Militar (PM) deixou de atender ocorrências de acidentes de trânsito que não tenham vítimas. De acordo com a Companhia de Trânsito da Polícia Militar, o número reduzido de policiais de trânsito é fator responsáveis pela normalização.
Com a nova metodologia o próprio motorista precisa realizar o registro da ocorrência em uma Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito ou procurar a delegacia mais próxima. O registro pode ser realizado Delegacia Interativa, pela internet. Segundo a Secretaria de Segurança e Defesa da Cidadania (Sesdec), é a normatização dos procedimentos dos serviços dos policiais civil e militar, foi regulamentado através da Instrução Normativa 002/2013 da própria Sesdec.
Pátio do Detran lotado - Os motoristas, donos dos veículos que permanecem no Detran reclama também que no momento da retirada, o veículo está deteriorado, devido as condições do pátio. “Os veículos ficam em meio a lama, tomando sol e chuva. Quando a gente vem buscar o nosso carro, ou moto, já está todo deteriorado. Principalmente as motos que não tem proteção dos bancos”, desabafa uma motorista que preferiu não se identificar.
Além dos R$ 2.500 reais que pagou para regularizar a moto, Roberto Souza terá também que registrar um boletim de ocorrência, pois durante o tempo em que a moto esteve no pátio, o painel marcador foi furtado. “Agora vou ter mais prejuízo. Tudo por causa das condições desse pátio. Falta de estrutura e segurança”, ressalta.
Fonte: Jornal Diário da Amazônia
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