A tragédia dos galileus assassinados por Herodes e dos dezoito mortos pela queda da torre de Siloé, Jesus garante, não foi consequência dos pecados deles. Considerar tragédias e desastres como castigo de Deus é esquecer o que Jesus veio revelar: o rosto de um Pai que é amor e misericórdia, e não um carrasco vingador.
Longe de associar a morte ao pecado e à culpa das criaturas, Jesus convida a aprender das tragédias e desastres, a aprender das mortes prematuras, no sentido de valorizar o presente e converter-se para dar frutos. Pois a morte virá para todos, e a questão são os fruitos que deixaremos por aqui, a diferenças que tivermos feito para melhorar este mundo.
A parábola da figueira fala de um Deus paciente, que envia seu Filho para que as pessoas se deixem transformar e produzir frutos. É que, ao nos criar, Deus espera nada mais que frutos de bondade, de misericórdia, de solidariedade. Quanto faltam tais frutos, falta a vida verdadeira que ele deseja.
O filho enviado pelo Pai caminha conosco e quer nos transformar. Estar abertos à ação de Deus, porém, depende somente de nós. E aqui a importância do chamado à conversão feito por Jesus. Converter-se é tomar consciência dos próprios limites e pecados, em primeiro lugar. E, na prática, mudar de mentalidade e de vida. Mas não basta mudar, e sim mudar segundo o plano de Deus, que nos cria para relações que humanizem, que nos irmanem no perdão e no amor.
Conscientes de que as tragédias e desastres não podem ser castigo do Deus bondoso de Jesus, perguntamo-nos sobre o sentido que estamos dando à nossa vida hoje. Uma vida sem frutos para Deus é vida que perde o próprio sentido. No dia do acerto de contas diante de um Deus que ama, que frutos lhe apresentaremos? O tempo que temos neste mundo é o tempo que Deus nos dá. É agora o tempo de conversão. É agora o tempo de dar frutos.
Fonte: Pe. Paulo Bazaglia, ssp - O Domningo/Semanário Litúrgico-Catequético
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