Dieta vegetariana ou um plano alimentar que inclui carnes?
Confira os prós e contras de cada tipo de dieta e faça a sua escolha!
Uma porção média de carne bovina, frango ou peixe no almoço e outra no jantar. Essa é a quantidade de carne que entra diariamente no prato de grande parte dos brasileiros. O dobro da indicada pelo Ministério da Saúde! Em contrapartida, o vegetarianismo ganha cada vez mais adeptos pelo mundo. Há quem exclua a carne do cardápio por questões ideológicas (como evitar o sofrimento de animais), e também aqueles que acreditam que sem ela é possível ser mais saudável. Será que esse grupo está certo? Conversamos sobre o assunto com a nutricionista funcional Fernanda Molina e o médico nutrólogo Dr. Tiago Volpi, ambos de São Paulo, e ainda com o nutrólogo Dr. José Alexandre Portinho, do Rio de Janeiro. Confira!
DE ORIGEM VEGETAL
Segundo o Dr. Portinho, a dieta sem proteína nem gordura animal garante maior longevidade e menor risco de doenças crônicas, como as cardíacas, o diabetes e a obesidade. "Os vegetarianos tendem a ser mais magros e com níveis sanguíneos de colesterol menores", afirma. Porém quem não ingere alimentos de origem animal tem maior tendência a ter anemia por deficiência de vitamina B¹², que não pode ser encontrada em vegetais. "Para evitar esse problema, o ideal é ingerir regularmente suplementos ou alimentos fortificados com vitamina D, ômega-3 e a vitamina B¹², orienta. Em alguns casos, a falta de cálcio e vitamina D pode aumentar o risco de fraturas. "Mas desde que a dieta seja orientada por um especialista, não há riscos", tranquiliza Dr. Volpi.
DE ORIGEM ANIMAL
Esses produtos são ricos em nutrientes que fazem bem ao nosso organismo, como a vitamina B¹², as proteínas, o ferro e o cálcio. "A carne faz bem à saúde, entretanto deve ser consumida em quantidade adequadas e sem excessos. Evite as muitos gordurosas e os embutidos. Além disso, antes do consumo, retire toda a gordura visível e consuma poucas frituras, dando preferência aos grelhados, assados e cozidos", orienta Dr. José Alexandre. Entre os argumentos negativos acerca da dieta carnívora, a ingestão involuntária de derivados químicos se destaca. Essas substâncias que não fazem bem ao organismo podem estar contidas nas carnes em decorrência do uso de pesticidas, vacinas, antibióticos etc. "Outro ponto é que a digestão da carne vermelha é mais demorada, por isso é preciso equilibrar a quantidade e a frequência, além de escolher bem os acompanhamentos", argumenta Dr. Portinho.
CUIDE DA SUA SAÚDE!
Antes de mudar o tipo de dieta habitual, é recomendado consultar um médico especialista e para fazer uma avaliação por meio de exames e saber se não existe algum tipo de carência nutricional que impeça o início imediato da mudança. "Todas as pessoas saudáveis podem se tornar vegetarianas, independente de idade, desde que haja acompanhamento nutricional", orienta Fernanda. "Apenas as mulheres gestantes devem esperar o nascimento do bebê", avisa o especialista.
SEM PRESSA
A mudança deve ser gradativa. Comece excluindo a carne vermelha, depois os outros tipos de carne. "O ideal, seria manter o ovos e o leite", opina Fernanda. "Pelo menos no início", acrescenta Dr. Portinho. Anêmicos precisam ser ainda mais cautelosos. "Essas pessoas devem procurar um médico para tratamento. A entrada da carne do cardápio só deve ser feita após a melhora do quadro", complementa o médico.
INVISTA NA SOJA E NAS LEGUMINOSAS
Decidiu apostar no vegetarianismo? Inclua mais legumes e soja no seu dia a dia. "As leguminosas são especialmente importantes, pois são os alimentos vegetais mais ricos em proteínas e, em termos funcionais, são os melhores substitutos da carne", recomenda Dr. Volpi. Feijão, ervilha e grão-de-bico, por exemplo, são ricos em fibras, vitaminas do complexo B, ferro, zinco, cálcio e outros minerais. "Um vegetariano precisa, como qualquer outra pessoa, ter uma dieta variada, para que haja o equilíbrio", alerta Dr. Volpi. Segundo ele, muitas pessoas confundem um pouco as informações e acham que devem substituir a carne pela soja. "A soja não possui as mesmas características nutricionais de nenhum produto animal. Embora seja rica em nutrientes, ela serve como auxiliar na dieta e também na culinária", avisa.
Para Dr. Portinho, ela é importante especialmente para as mulheres. "A soja contém antioxidantes e isoflavonas, que ajudam a reduzir o risco de doenças cardíacas e ainda ajudam a aliviar os sintomas da menopausa", diz.
Algumas pessoas são alérgicas a ela. Nesse caso, existem outros alimentos que podem ser consumidos em substituição, Chia, quinoa e linhaça são alguns exemplos.
ENTENDA AS DIFERENÇAS
Existem vários tipos de vegetarianismo, mas os principais são estes quatro grupos denominados: ovolactovegetarianos, lactovegetarianos, ovovegetarianos e vegetarianos estritos.
Fernanda explica que o primeiro grupo consome ovos, leite e derivados; o segundo consome apenas leite e derivados, mas excluiu o ovo da dieta. A terceira denominação vai para os que ingerem ovos e derivados, e o último tipo é o dos que não consomem nenhum tipo de alimento de origem animal. Vegano, segundo os nossos especialistas é quem não se alimenta nem consome nenhum tipo de produto derivado de animais ou que cause danos a eles.
"É a forma mais restritiva do vegetarianismo. Esse grupo de pessoas não utiliza, de forma nenhuma, nada de origem animal, nem na alimentação, nem do vestuário nem em forma de cosméticos", traduz Fernanda.
Fonte: Revista Ponto de Encontro
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