A decisão está tomada. O polêmico presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, oficializou sua opção por não disputar nenhum cargo público. Muito menos a Presidência, onde ele aparece nas pesquisas 14% a 16% pontos percentuais, mesmo sem nunca ter falado em candidatura e, pelo contrário, tendo demonstrado sempre ojeriza pela ideia. O ministro diz que o jogo político é pesado e sujo e que não se vê nesse meio, ao menos se continuar pensando do mesmo jeito. Para uma fatia do eleitorado brasileiro, principalmente da classe média para cima (os mais pobres e desinformados pouco sabem sobre Joaquim Barbosa e o que sabem são de informações contrárias, vindas de sindicatos, ONGs e várias entidades ligadas ao PT) é uma má notícia. Joaquinzão poderia representar uma esperança nova, num meio onde os nomes postos são velhos conhecidos e que, no geral, pouco fizeram para melhorar realmente o Brasil. Mas, entre os que apoiam Joaquim Barbosa, o fazem na certeza de que ele seria um mandatário duro, incorruptível, um paladino contra a corrupção e a violência. E há os que imaginam que, com seu estilo, comandaria uma espécie de reinado, onde só ele decidiria.
Sonho puro. Nosso sistema político coloca o Presidente da República nos eixos. Ele fica refém do Congresso. Joaquinzão teria que conviver, no geral, porque há sempre as exceções, com discursos idiotas, projetos abestados; com minorias comandando o país e ele tendo que abaixar a cabeça. Com ONGs mandando e desmandando, e ele, hoje um homem respeitado e digno, tendo que engolir tantos sapos que poderia ser chamado de ranário. Portanto, quem gosta de Joaquim Barbosa, que deixe ele onde está. Na política, seria apenas mais um a ser engolido por interesses que têm pouco a ver, na realidade, com as maiores necessidades do povo brasileiro.
FERVEM OS BASTIDORES - Fala-se muito pouco abertamente, mas os bastidores já fervilham com a sucessão estadual como pano de fundo. Os grupos políticos estão agilíssimo, conversando entre si e até com adversários. Tenta-se descobrir o próximo lance do adversário, no tabuleiro da política. Confúcio Moura só vai anunciar sua candidatura à reeleição na 25ª hora. Seus adversários estão afiando o discurso para aumentar o ataque quando isso for feito. Em meados de abril, as campanhas começam a se definir. Até lá, muito boato, fofoca e expectativa.
CAINDO DO CAMINHÃO - PMDB e PT em Rondônia estão com problemas, nesse momento, meio perdidos, como cachorro que caiu do caminhão de mudança. Em nível nacional, os dois partidos continuam dizendo que a aliança em Rondônia será mantida, assim como em pelo menos nove outros Estados. O problema é que o PMDB está pressionando a presidente Dilma por mais espaço (fisiologista, como sempre) e Dilma não está aceitando o arrocho. Pode até quebrar o pau entre os dois aliados. Daí, em Rondônia, a fichas postas terão que ser reanalisadas. A maioria dos petistas rondonienses quer o Padre Ton como candidato ao Governo e não aliança com o PMDB.
MAIS UMA SEMANA - O sofrimento dos desabrigados pelas cheias do rio Madeira ainda vai durar algum tempo. O rio deve continuar muito acima do normal (beirando os 19 metros) até por volta da próxima terça, dia 18. Aí começa a voltar ao seu leito normal. Há quem diga que depois de tudo o que aconteceu, a vida terá seu curso comum só lá pela primeira semana de abril. Quando, aliás, deve-se começar a traçar um plano de ação para o ano que vem. Que terá enchente de novo, tomara que menor que a de agora. Mas terá, sem dúvida.
PROTESTO VIGOROSO - Duro, mas digno de leitura atenta, artigo de protesto assinado pelo advogado Ernandes Segismundo e publicado nas redes sociais (pode ser encontrado no site tudorondonia). Lúcido, o artigo "A cultura popular e o império da hipocrisia", dá uma visão, sob o ponto de vista dos membros de movimentos culturais, do que representou e pode representar ainda a decisão de não se realizar carnaval em Porto Velho. Segismundo reafirma que a decisão foi inconstitucional e faz um protesto vigoroso contra ela. Vale a pena ler...
ARGUMENTO TERRORISTA - Trecho do texto: "aproveito para trazer à tona uma informação que vai na contramão do argumento terrorista de que o carnaval aumenta consideravelmente os índices de violência. Segundo, dados oficiais, nos sete dias em que houve carnaval em 2013 foram registradas 790 ocorrências. Esse ano, em que o carnaval popular foi suspenso registraram 632. Vale destacar, que o crime de lesão corporal dolosa, mais comum no período momesco, saltou de 85 para 103".
LULA PRESIDENTE - Já temos pelo menos um candidato à Presidência da República, em 2018. O ex-presidente Lula anunciou, em entrevista a um jornal italiano, que está pensando em concorrer, depois (segundo palavras dele), que Dilma Rousseff completar seu segundo mandato. Lula, esperto, deu dois recados: primeiro, que tem certeza de que sua pupila se reelegerá. Segundo: que os planos do PT par ao poder ultrapassam a segunda década do século 21. Ele não falou numa outra alternativa concreta: se Dilma não decolar à reeleição, ele, Lula será o nome do PT em outubro.
PERGUNTINHA - O que ganham a Pátria e o povo brasileiro com essa briga por mais espaço no poder entre PT e PMDB?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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