terça-feira, 15 de outubro de 2013

Energizantes não podem ser misturados ao álcool

Geralmente misturadas com destilados, como uísque e vodca, as chamadas bebidas estimulantes ou energéticas devem ser ingeridas com alguns cuidados e com moderação. O alerta é de médicos e outros profissionais da área de saúde. A recomendação de cardiologistas, nutricionistas e farmacêuticos é não  mistura-las com álcool ou drogas psicoativas, evitar o consumo excessivo e só fazer uso quando estiver bem alimentado.

Para o cardiologista  Ari Alves da Silva, as bebidas energéticas não geram efeitos colaterais que possam colocar em risco a vida dos usuários. Maratonistas há mais de 20 anos, o médico explicou que os estudos científicos divergem quanto ao aumento da frequência cardíaca causado pelos chamados energy drinks. Na sua opinião, não é significativa a elevação dos batimentos do coração por causa da ingestão desses produtos. Ele alerta, entretanto, para o risco de misturá-los com bebidas alcoólicas ou drogas psicoativas, como acontece comumente em festas.

O médico explicou que o risco da mistura deve-se ao fato de as bebidas alcoólicas também possuírem a propriedade vasodilatadora, o que causa a elevação da frequência cardíaca, similar à gerada pelas chamadas bebidas energéticas. O mesmo acontece quando drinques como Red Bull, Flying Horse, Flash Power e outros similares são misturados com lança-perfume, cocaína e  maconha, drogas psicoativas.

DIVERGÊNCIAS
A maioria das bebidas energéticas contém substâncias como o aminoácido taruina, o carboidrato glucoronalactona e cafeína,considerados estimulantes. Mas, segundo o cardiologista, os estudos científicos também divergem quando à produção dos efeitos estimulantes desses produtos. O médico não acredita que essas bebidas possam melhorar a resistência das pessoas ao cansaço.

Mas se as bebidas não trazem benefícios à performance das pessoas submetidas a situações de cansaço, também não causam prejuízos à saúde, desde que consumidas sozinhas, segundo o cardiologista. Ele explicou que durante o Carnaval, os foliões têm uma perda  muito grande de carboidrato, porque costumam ingerir muita bebida alcoólica, que necessita de carboidrato para ser metabolizada e por causa da atividade física intensa. "Porém, as bebidas energéticas não suprem essa necessidade e o ideal é procurar fontes dessa substância nos alimentos".


BEBIDAS MASCARAM PROBLEMAS

A nutricionista Valderez Machado de Aragão destaca que a conjunção de fatores, como uma má alimentação durante o período do Carnaval, pouca ingestão de água, elevado desgaste físico e consumo das bebidas energéticas misturadas com álcool, pode causar problemas graves de saúde. Ela explicou que a desidratação dos foliões e a deficiência de nutrientes primordiais para as funções orgânicas do corpo, acabam sendo mascarados pelo consumo das bebidas estimulantes, podendo trazer consequências agudas.

"Com a falta de nutrientes, o corpo pode deixar de executar algumas funções orgânicas, mas a pessoa não sente nenhum problema porque está consumindo energéticos, que mascaram  os sintomas", diz Valderez. Segundo a nutricionista, outro problema é o consumo em excesso dos aminoácidos, vitaminas e carboidratos presentes nas bebidas excitantes. Ela explicou que as pessoas que não a acostumadas a usar os energy drinks não devem ingerir grandes quantidades num curto espaço de tempo, porque podem acabar sobrecarregando órgão como os rins e o coração.

Segundo Valderez, a função renal pode ser sobrecarregada por ter que filtrar do sangue substâncias não necessárias para o corpo, absolvidas em excesso através das bebidas energéticas. Ela não recomenda o uso de bebidas em grande quantidade e também junto com álcool. A nutricionista diz que as pessoas que não estão acostumadas a usar os drinques não devem arriscar no período do Carnaval. Já o cardiologista Ari da Silva acredita que esses produtos estimulantes podem ajudar se ingeridos no dia posterior ao consumo de bebida alcoólica e de desgaste físico, depois da maratona de Carnaval ,mas alerta que as melhores fontes de energia estão nos alimentos.

As bebidas energéticas vêm sofrendo críticas através de sites e  e-mails, sem origem confirmada, que circulam pela internet. Alguns fabricantes se defendem também através da web, alegando que seus produtos são liberados para venda em vários países, depois de aprovados por órgãos como ministérios da Saúde dos Europa. Os produtos também desmistificam informações sobre substâncias presentes nas fórmulas, como a taruina e a glucoronalactona, consideradas estimulantes.
Fonte: Jornal Alto Madeira


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