quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Crianças sofrem chantagem para fazer sexo pela internet

 Centenas de crianças e adolescentes ao redor do mundo têm sofrido chantagem para praticar atos sexuais e compartilhar fotos pornográficas pela internet, alega um relatório divulgado nesta última sexta-feira (18) pela ONG britânica Centro contra a Exploração de Crianças e de Proteção Online (CEop). Os abusadores, diz a ONG, convencem suas vítimas a enviar fotos de si mesmas  com teor sexual. Feito isso, ameaçam mandar as imagens para os pais e amigos das vítimas caso estas se recusem a continuar a conversa online.

Andy Baker, porta-voz da Ceop, diz que a organização já teve conhecimento de casos do tipo envolvendo 424 jovens e crianças ao redor do mundo - algumas de oito anos de idade. A chantagem, segundo ele, já levou sete crianças a cometer suicídio e outras sete a se autoflagelar seriamente.

'Lado escuro'
Os abusadores geralmente iniciam a conversa se fingindo de crianças ou de pessoas do gênero oposto das vítimas. O relatório da Ceop diz que as conversa começam em sites abertos ou redes sociais e logo são levadas a fóruns privados, "onde ganham teor sexual".

"O abuso avança rapidamente", diz Baker à BBC, alegando que em menos de cinco minutos o abusado
online "vai de 'oi, você quer tirar sua roupa' a alguém cometendo autoflagelo". Uma vez que as vítimas enviam imagens sexuais de si mesmas, a chantagem começa, com pedidos de mais fotos de teor sexual - algumas envolvendo autoflagelo - ou até mesmo pedidos de somas em dinheiro, sob a ameça de as imagens comprometedoras serem enviadas a conhecidos da vítima.

Em um dos casos, um dos acusados de abusos chegou a arquivar as imagens pornográficas que recebia de crianças em uma pasta nomeada "escravos".

Operação K
Entre os 424 jovens e crianças que sofreram chantagem, 322 deles- principalmente meninos entre 11 e 15 anos, oriundos de todo o mundo - foram descobertos em uma única investigação neste ano, chamada de Operação K. Os criminosos usavam mais de 40 perfis falsos online e outros tantos endereços de  e-mail para perpetrar os abusos, diz a Ceop.

O esquema foi descoberto por autoridades britânicas depois que uma rede social identificou atividades suspeitas e uma criança avisou seus pais. Na Grã-Bretanha, o assunto ganhou especial relevância em agosto, após o suicídio de um garoto de 17 anos vítima de chantagens.

Daniel Perry pensava estar trocando mensagens e fotos com uma menina de sua idade, até que os abusadores pediram dinheiro para não tornar essas imagens públicas, Ele acabou se jogando de uma ponte. Logo após a sua morte, sua mãe disse que ele era "um menino feliz, não estava deprimido, e não era o tipo de pessoa que você pensaria que iria tirar a própria vida. Queria que ele tivesse me procurado (e contado o ocorrido).

Prevenção
É importante quer pais eduquem a si mesmos e a seus filhos a respeito de configurações de privacidade e denúncias de eventuais abusos na internet, adverte Scott Freeman, fundador da ONG antibullying online Cybersmile. Segunbdo ele, é importante que as crianças e jovens entendam que não devem falar com pessoas que não conhecem e não devem passar "de plataformas públicas a privadas".

Por outro lado, Freeman opina que os provedores de internet precisam ser mais proativos para coibir abusos, ressaltando que alguns "já começam a adotar procedimentos do tipo". A Ceop, por sua vez, adverte que as jovens vítimas de abusos online podem, além de ter mais propensão a se autoflagelar, se tornar mais agressivas e introspectivas.
Fonte: Jornal Alto Madeira

Um comentário:

Renato Gomes de Abreu disse...

Os pais deve sempre vigiar os seus filhos nesta internet, o que tem de mala se passando por gente boa nessa internet não é bolinho!

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