quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Até debaixo d'água!

A equipe Trips &Tips ensina o leitor a lidar com um dos grandes inconvenientes de andar de moto: a chuva

Para a cabeça há poucas soluções - alguns capuzes podem ser utilizados sob o capacete para manter a temperatura agradável, mas,a não ser que sejam de neoprene, não isolarão a água. Lembre-se de guardar o capacete em lugar bem arejado, para que segue após a chuva - permite que fique muito tempo úmido pode gerar um odor desagradável, além de diminuir a vida útil do produto.

VISIBILIDADE
A chuva não afeta apenas a dirigibilidade, mas a visibilidade - e muito! Se possível (e viável), utilize produtos anti-embaçantes para a viseira na parte interna, além de repelente de água na parte externa. Se isto não for possível, abra uma fresta da viseira para aumentar o fluxo de ar dentro do capacete evitando o embaçamento. Não permita que uma abertura exagerada exponha sua linha de visão a água e ao vento. Evite transitar muito próximo de outros veículos, pois estes levantam água em forma de "spray", dificultando ainda mais nossa visão.

PAVIMENTOS
Diferentes pavimentos oferecem variados tipos de aderência quando molhados. O asfalto tem características distintas em cada fase da chuva - no  início, tem a menor aderência, porque a quantidade de água ainda não é suficiente para lavar e escoar o piso a sujeira acumulada. Em menor grau, o mesmo acontece no fim da chuva, quando os veículos novamente começam a depositar sujeira no asfalto. Em termos de aderência, a melhor escolha é quando está efetivamente chovendo: nesta situação, você só terá que lidar com o asfalto limpo e com água.

Opte por passar sempre em locais que pareçam mais "opacos" ao invés de brilhantes - superfícies reflexivas tendem a ser escorregadias. Escolha, também, caminhos que aparentem ser mais claros invés de escuros - estes podem abrigar todo tipo de detritos,, mascarados pela tonalidade do asfalto.

Nunca é demais lembrar que as faixas de sinalização pintadas no solo são escorregadias, especialmente na chuva. Evite fazer curvas e frear sobre elas. O mesmo cuidado vale para tampas de esgoto e placas metálicas usadas para cobrir obras em vias públicas.

Esteja atento às rajadas de vento, principalmente nas chuvas de verão. Além de dificultarem a pilotagem, por exigirem correções a todo o momento corre-se o risco de que tragam à pista todo tipo de sujeira, inclusive vegetação. Acúmulos de água são particularmente perigosos e podem esconder buracos ou imperfeições na pista.

AQUAPLANAGEM
A "aquaplanagem" é um fenômeno de perda de controle da moto, associado a uma determinada quantidade de água. Acontece quando o volume de água entre um dado pneu e o pavimento é superior à capacidade de drenagem do mesmo. Portanto os fatores que influenciam na aquaplanagem são:
  1. Tipo de pneu - forma e profundidade dos sulcos.
  2. Peso da moto - quanto mais pesada, mais tardiamente tende a aquaplanar.
  3. Velocidade - quanto menor for, por mais tempo o pneu incidirá sobre o pavimento, diminuindo a possibilidade de aquaplanagem.
  4. Volume de água.
Uma coisa interessante sobre a aquaplanagem com motos é que, normalmente, o pneu traseiro "aquaplana" antes do dianteiro (por este ser passivo, enquanto a roda traseira é ativa na função de tração). Isto quer dizer que, na maioria das circunstâncias, o piloto é "avisado" pelo comportamento da moto de que a velocidade está excedendo a capacidade do pneu em drenar a água.

PNEUS
Tratando-se de pisos escorregadios, os pneus constituem o item mais importante em termos de segurança. Certifique-se de que estejam em bom estado e devidamente calibrados.

Motos com propostas alternativas de uso também contarão com diferentes tipos de pneus. As do tipo 0ff-road normalmente têm sulcos maiores e mais profundos, para que se drenem mais eficazmente os detritos. Já  as esportivas, que privilegiam uma maior quantidade de borracha em contato com o solo, têm sulcos rasos e em menor quantidade. Isto faz com que tais modelos sejam particularmente perigosos em dias de chuva. As motos do tipo "Street" e "Custom" acham-se entre elas, oferecendo uma condição mediana.

PILOTAGEM
Pilotar na chuva não é uma experiência das mais agradáveis. No entanto, pode ser educativa. Se possível, pare e espere por condições melhores - este será o comportamento mais prudente. Mas se isto não for viável, promova uma pilotagem extra-suave, diminuindo a velocidade e redobrando a atenção. Você necessitará de maiores distâncias para frear, o que exige um planejamento mais cuidadoso - principalmente, com relação às distâncias de outros veículos. De tempos em tempos, faça pequenos testes de frenagem usando o freio traseiro. Busque suavemente identificar até onde é possível exercer pressão sem que a roda derrape. Dessa forma, o piloto terá uma razoável ideia do comportamento e da distância requeridos em caso de emergência. 

Segure bem o ímpeto de andar rápido para acabar logo com o "tormento"  - preferível ter paciência e executar toda ação com muita certeza. As motos, de maneira geral, têm comportamento mais "arisco" em pisos molhados, o que exige  muita sensibilidade e atenção - uma pilotagem delicada e atenciosa faz com que a experiência possa ser considerada, no mínimo, exótica.

Por fim, como pilotar sob forte chuva aumenta (e muito) o nível de tensão, faça paradas mais frequentes para relaxar a musculatura contraída e aliviar o estresse. Observados esses cuidados, boa viagem!
Fonte: Consultores Trips & Trips - Revista Moto Adventure 



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