domingo, 5 de janeiro de 2014

INVESTIMENTO - Fundação brasileira dará US$ 20 mil a estudo sobre esclerose amiotrófica

Instituto Paulo Gontijo, de SP, entregará prêmio em encontro na Itália. Esclerose lateral amiotrófica (ELA) causa perda de controle muscular.

O estudo de um pesquisador holandês que analisou a genética de formas familiares e esporádicas da esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que causa a perda dos movimentos musculares e ainda não tem cura, vai receber no próximo dia 6, em Milão, o Prêmio Paulo Gontijo de Medicina, concedido pelo Instituto Paulo Gontijo, de São Paulo. Em sua quinta edição, o concurso escolheu o cientista Michael Adriann Van Es, do Centro Médico Universitário de Ultrecht, para receber da instituição brasileira RS$ 20 mil pela investigação. A entrega do prêmio integra a programação do 24ª Simpósio Internacional sobre ELA, que acontece de 6 a 8 de dezembro, na Itália, e deve reunir 2 mil estudiosos do tema.

A ELA é uma enfermidade degenerativa e progressiva, que afeta os neurônios motores (responsáveis pelos movimentos) e causa a perda de controle muscular. E estudo feito por Van Es sugere que o desenvolvimento da ELA familiar (quando a doença é transmitida geneticamente, ou seja, entre pessoas de uma mesma família) teria relação com uma proteína humana, a angiogenina, além de mutações em alguns genes humanos, além de mutações em alguns genes humanos.

Em 2012, o prêmio foi destinado à pesquisadora americana Rosa Rademakers, que descobriu uma alteração genética que ajuda a diagnosticar a doenças degenerativa. Apoio à ciência. Criado em 2005, o instituto leva o nome de paulo Gontijo, físico e empresário que morreu em 2002 em decorrência da ELA.

O objetivo da organização não-governamental é investir em pesquisas nas áreas de diagnóstico, genética, tratamento e epidemiologia. A ONG também desenvolve um projeto de humanização com 150 famílias de todo o país que têm algum integrante portador da doença.

"A outra parte do projeto é a mobilização e articulação política junto á Frente Parlamentar de Doenças Raras", disse Silvia Tortorella, diretora-executiva do Instituto, referindo-se ao grupo de políticos na Câmara dos Deputados que debate o assunto em Brasília.

Diagnóstico complexo
Ainda sem cura, a esclerose lateral amiotrófica demora cerca de 11 meses para ser diagnosticada. Isso porque é uma doença de difícil detecção, pois não existe nenhum exame de laboratório que indique alguma substância no sangue ou marcador com precisão.

Seus primeiros sintomas são a  perda do controle muscular das mãos ou atrofia muscular da perna, dificuldades na fala ou na ingestão de saliva e comida, além de problemas na hora de respirar. Apesar disto, segundo especialistas, o raciocínio intelectual e os sentidos do corpo permanece normais. A dificuldade no funcionamento dos músculos da respiração pode provocar infecções pulmonares e causar a morte do paciente.

De acordo com o Francisco Rotta, coordenador médico do instituto, neurologista e pesquisador da doença há 15 anos, a enfermidade é muito rara em jovens e costuma atingir pessoas com idade entre 50 e 70 anos. Em apenas 10% dos pacientes diagnosticados a causa é genética.

Segundo médicos, o remédio usado por pacientes com ELA, oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS), ajuda a retardar o processo degenerativo, mas, atualmente, a maioria dos caos só recebe tratamento quando 50% dos neurônios motores já morreram.

Atualmente, entre 10 mil e 15 mil pessoas do Brasil têm esta doença - menos de 1% da população. De acordo com Rotta, após os primeiros sintomas, o portador tem uma sobrevida de três anos e meio.
Fonte: g1.globo.com 

Nenhum comentário:

Postar um comentário