sexta-feira, 3 de junho de 2016

OPINIÃO DE PRIMEIRA

DA CRESCENTE DESUMANIDADE, SÓ PODEMOS ACUSAR A NÓS MESMOS!

A perda do sentimento de humanidade é crescente, perigosa e uma espécie de câncer social. Por mais lamentável que possa parecer, essa é uma verdade atestada pelo dia a dia. Crimes brutais são divulgados nas redes sociais e comentados até com ironia e tentativa de transformar o sofrimento alheio em piadas e brincadeiras. Crianças são expostas em vídeos, fotos e situações dramáticas, tenebrosas; a violência é tratada como coisa comum. Como se a brutalidade tivesse se tornado apenas um apêndice, um detalhe normal, na vida de todos. No inacreditável episódio de uma menina de 16 anos, estuprada por 33 homens, no Rio de Janeiro, o que se viu foi um festival de aberrações, insensibilidade e falta de civilidade. Ignorou-se que se trata de um ato animalesco; que o ataque covarde foi contra uma menina, pouco mais que uma criança. Houve quem tivesse coragem de defender a agressão, como se a pobre jovem tivesse sido a culpada da bestialidade da qual foi a única vítima. Postagens da garota em trajes curtos, outras com armas na mão, outras escrevendo bobagens (o que é comum em meninas e meninos nessa idade), foram colocadas nas redes sociais, como se ela tivesse provocado tudo. É o absurdo, é o ato desumano, é o desrespeito ao próximo e às suas dores e sentimentos; é a tristeza de vermos transformado em debate ideológico, um crime tão horroroso, contra alguém que vive em comunidade pobre e já é, desde que nasceu, alvo das injustiças e da uma vida duríssima, com poucas perspectivas.

O que está acontecendo com o nosso país? Onde está aquele brasileiro espirituoso, cordato, amigo, que estende a mão, que gosta de paz, amor e tranquilidade? Onde estão os brasileiros solidários, que se entristeciam com o sofrimento alheio? O que fizemos nós de nós mesmos? Podemos culpar os políticos ladrões, os canalhas e corruptos por quase tudo. Mas a culpa pela desumanidade a que estamos chegando não é deles. Eles podem ter quase todas as culpas, mas sermos um povo desumano, ah!, disso só podemos acusar a nós mesmos...

TROCA DE CANAL - O último programa Direto ao Ponto, na SICTV, tem como entrevistado o apresentador Léo Ladeia. A atração da Record local, a partir da próxima semana, passa a fazer parte da nova programação da Record News, Canal 58. Léo é entrevistado por Sérgio Pires e fala exatamente sobre o novo horário de notícias da TV local, o Cidade Alerta Rondônia, que ele apresenta a partir das 17h50, já nesta terça. A atração terá o noticiário policial, tradicional no horário, na Record nacional, mas terá, mais que tudo, muito espaço dedicado aos problemas de Porto Velho e cidades do interior e às comunidades rondonienses. O bate papo com Léo Ladeia vai ao ar neste sábado, 13h10, logo depois do programa dos Dinossauros.

A DOMÍNIO DA VIOLÊNCIA - A esperança, para os mais pobres, estão cada vez mais distante. Mesmo quando algo parece bom, acaba dando errado. Exemplos não faltam. Em Porto Velho, essa teoria está sendo provada mais uma vez, na prática. No conjunto habitacional Orgulho do Madeira, que, quando concluída, terá mais de 16 mil moradores, os primeiros habitantes já estão se desesperando, ao invés de estarem comemorando a casa própria, finalmente conquistada. É que também lá não existem nem lei, nem ordem, nem segurança. Em poucos meses, as famílias já cansaram de serem roubadas e de ter que conviver com a violência. Nessa semana, fecharam uma das ruas de acesso,  exigindo ação das autoridades. Uma pena que até quando recebem as suas casas, os mais necessitados sofram tanto!

DEMOCRACIA? ONDE? - O Diretório Central dos Estudantes da Unir emitiu nota de repúdio à ação de estudantes que foram presos em Ji-Paraná, quando distribuíam panfletos apócrifos
(ou seja, anônimos), caluniando autoridades do Judiciário e da Polícia, incluindo-se aí o comandante da PM, coronel Ênedy. O Diretório diz que os estudantes tiveram seu direito de manifestação democrática cerceados e afirmou na nota que é notória a situação de fazendeiros atacando os pobres sem terra. É o mesmo Diretório, aparelhado, que jamais se pronunciou sobre o assassinato de proprietários de terras e seus funcionários e muito menos com o caso recente de um grupo armado de sem terra que atacou e incendiou uma fazenda na mesma Ji-Paraná.

SÓ UMA VERDADE VALE... - A diretoria do órgão da Unir deu carta branca, com sua posição, para quem quer que seja inventar calúnias contra qualquer um dos seus membros, seus amigos, sua família, seus “cumpanheiros”.. Se isso ocorrer, o “democrata” estará autorizando chamar do que quiser qualquer estudante que faça parte do órgão (inclusive acusando-o falsamente de assassinato, por exemplo), sem que possa ser contestado, porque se o fizesse, estaria tendo seu direito de manifestação inibido. É esse o perigo do aparelhamento político, partidário e ideológico: só uma verdade vale. Contra quem é adversário, vale tudo. Mas contra os que se acham donos da verdade, aí não pode. Poderia ter se calado, a direção partidária do centro de estudantes da Unir. Teria sido menos vergonhoso!

A JARARACA DE ROLIM - Uma jararaca ficou famosa em Rolim de Moura. Picou um pescador, próximo a um rio na zona rural. A vítima foi socorrida imediatamente num hospital da região e sob os cuidados médicos, incluindo o salvador soro antiofídico, já está fora de perigo. O réptil foi morto e levado para estudos. Mas, por que a fama? Fácil. Logo que capturada, a cobra foi chamada de Lula. O ex presidente, recordem, avisou, quando atacado por adversários políticos e chamado para depor na Polícia Federal, que haviam pisado no rabo da jararaca. A alusão é clara: ameaçava os inimigos de retrucar os ataques. Lá por Rolim, a cobra foi imediatamente chamada de Lula, pelos amigos do pescador picado. Até nas horas do perigo, o brasileiro não perde o bom humor e a criatividade!

 PERGUNTINHA - Dá para ter alguma esperança num governo onde o ministro da Educação recebe um descerebrado, mais para troglodita, como Alexandre Frota, para ouvir dicas sobre como deve ser a educação no  Brasil?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.






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