quinta-feira, 2 de maio de 2013

PROPOSTAS - Multa para ultrapassagem forçada vai subir ao valor da Lei Seca

Mortes por colisão frontal? Acidentes desse tipo são responsáveis pela maioria das vítimas fatais em estradas brasileiras

As mudanças aprovadas no Código de Trânsito Brasileiro pela Câmara dos Deputados equiparam a multa da ultrapassagem forçada e do racha à da Lei Seca, afirmou nesta quinta-feira (25.04) o relator das propostas, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, deputado federal Hugo Leal (PSC-RJ). O governo trabalha pela aprovação de um pacote de medidas para tentar reduzir a maior causa de mortesw nas rodovias: a colisão frontal. O projeto aprovado na noite de quarta (24.04), vai agora ao Senado.

Se aprovado e posteriormente  sancionado pela presidente Dilma  Rousseff, o projeto irá endurecer as situações em que um veículo força outra a uma ultrapassagem perigosa. "Agora o motorista vai começar a prestar mais atenção. Forçado ultrapassagem ele coloca em risco a vida de outras pessoas", afirmou o relator.

A multa saltará de R$191 para R$1.915,40 (que pode ser dobrado caso o motorista for reincidente), e o infrator ainda corre o risco de ter a habilitação suspensa. Já os motoristas que ultrapassarem outro veículo perigosamente ou pelo acostamento passarão a pagar multa de R$ 957,70. A infração messes caso sobe de grave para gravíssima. A Lei Seca elevou a multa para quem dirige sob efeito de álcool ou outra substância entorpecente, de R$ 957,70 para R$ 1.915,40. O valor pode dobrar em caso de reincidência.

Reclusão para racha
Para o chamado "pega", o texto aprovado pelos deputados amplia a pena máxima, dos atuais dois anos para três anos de detenção. A pena mínima permaneceria de 6 meses. Além de todas  outras punições, a multa aplicada aos participantes de rachas subirá para R$ 1.915,40 (que pode ser dobrado caso o motorista seja reincidente).

Mas o projeto também prevê pena de reclusão para o motorista em caso de vítimas feridas ou mortes. Caso as competições nas ruas resultem em lesões, a pena para quem promoveu o racha vai variar de 3 a 6 anos  anos: se ocasionar mortes, subirá para 5 a 10 anos. Neste último caso, o condenado inicia a pena em regime fechado.  O racha vem sendo considerado como homicídio doloso na jurisprudência brasileira, com pena que vai de 6 a 20 anos. Assim, pelo projeto, as penas para esse crime de trânsito passariam a ser menores. Para o relator, a  proposta veio para "dar a pena devida" a essa infração., "A pena para o racha ficou um pouco menor, mas não necessariamente precisa ser a mesma equalização do Código Penal", disse. "Nós inseríamos o dolo eventual. O princípio do crime de trânsito é um acidente. Mas quando há agravantes tem que ser tratado dessa forma".

Acidentes 
Em 2011, foram 2.652 mortes por colisão frontal nas estradas federais do país, quase 2.200 em zona rural. Segundo a PRF, apesar de representar 3,5% dos acidentes, essa modalidade provoca 40% dos óbitos. Os números de 2012 ainda estão sendo auditados e não foram divulgados, mas a instituição utiliza dados dos últimos feriados para avaliar que a Lei Seca não conseguiu inibir essas mortes nas estradas federais.

No feriado de Páscoa, o número de acidentes nas estradas foi 9% menor do que no ano anterior, mas a maioria das mortes ocorreu em razão de colisão frontal. Em Minas Gerais, 76% das mortes tiveram esse motivo.

A colisão frontal continua representando cerca de 44% das mortes nas estradas federais, apesar de, no Carnaval deste ano, ter havido o menor número de mortes em rodovias em dez anos, segundo o governo, em razão da Lei Seca. Foram 100 colisões frontais provando  a morte de 70 pessoas, e mais 25 mortes em razão de ultrapassagens indevidas.
Fonte: Jornal O Estadão do Norte

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