quarta-feira, 29 de maio de 2013

O Uso Seguro da Bicicleta Como Meio de Transporte Exige uma Revisão de Postura Sobre o Direito de Ir e Vir, Afirmam Especialistas


Felipe Aragonez, diretor do Instituto CicloBR e repórter da rádio CBN, Nabil Bonduki, vereador de SP, Paulo Saldiva, médico e professor da USP, Willian Cruz, da ONG Vá de Bike!, e Renata Falzoni, jornalista e apresentadora da ESPN Brasil, em painel mais aguardado do Fórum Abraciclo 2013
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Baseados no direito de ir e vir, os participantes e também praticantes do uso de bicicletas dentro das cidades, Felipe Aragonez, Nabil Bonduki, Paulo Saldiva e William Cruz, debateram, no IV Fórum Abraciclo Mobilidade & Segurança em Duas Rodas, realizado recentemente, em São Paulo, as questões relacionadas à segurança no trânsito para os ciclistas, tendo como mediadora a jornalista Renata Falzoni.
A utilização da bicicleta como meio de transporte no Brasil ainda conta com poucos adeptos, se comparada a países europeus como Holanda e Inglaterra. Além de amenizar o volume de pessoas nos transportes públicos, o modal não polui o ambiente e ainda promove benefícios à saúde para quem pratica. Por isso cresce fortemente a ação do poder público para estimular e favorecer o uso de bicicletas nas principais cidades dos países desenvolvidos – e seus habitantes aderem cada vez mais à ciclo-mobilidade.
As cidades brasileiras, no entanto, ainda não estão preparadas para receber os ciclistas nas ruas. Além de poucos trechos de ciclovias, a cultura do uso da bicicleta como meio de transporte não está inserida em nossa população. “A legislação brasileira foi pensada, em geral, para as pessoas que utilizam carros. Os próprios ciclistas não conhecem seus direitos”, afirma o arquiteto, urbanista, professor da FAU/USP e vereador da cidade de São Paulo, Nabil Bonduki.
Outro fator que aponta a falta de estrutura para inserir as bicicletas no cotidiano da população é a ausência de locais específicos para que os ciclistas possam trafegar e estacionar. “A bicicleta é o único meio de transporte que não pode trafegar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo”, comenta o médico e professor da USP, Paulo Saldiva.
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Infrações para Carro ou Bicicleta?
O comportamento da sociedade, diante da nova realidade no uso de transportes, também foi discutido na ocasião. Na rua, todos são considerados pedestres, independente dos meios utilizados. “A legislação do Brasil foi pensada, em grande parte, para os condutores de automóveis, o que redobra a preocupação em unir esforços para manter seguro o deslocamento coletivo”, afirma Bonduki.
Com relação às normas defendidas no Código de Trânsito Brasileiro, o responsável pelo projeto Vá de Bike!, comenta: “A lei do menor esforço é um privilégio dos ciclistas e pedestres. A bicicleta não precisa seguir as regras impostas para os carros. Posso transitar pela calçada e parar minha bicicleta, caso alguém se aproxime”.
Como soluções, os especialistas sugerem o compartilhamento, entre ciclistas e pedestres, das calçadas em determinados trechos, a adoção de espaços limitados para que as bicicletas possam sair à frente dos carros e das motos no semáforo (Bike Box), a mobilização da população por igualdade e respeito no trânsito e a construção de mais ciclovias nas cidades.

Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas
Com 37 anos de história e 13 associadas, a ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – representa, no país, os interesses dos fabricantes de transporte em Duas Rodas, além de investir fortemente em ações que tenham por objetivo a busca pela paz no trânsito e pilotagem defensiva.
Representativa, a fabricação nacional de motocicletas – majoritariamente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM) – está entre as cinco maiores do mundo. Já no segmento de bicicletas, o Brasil se encontra na terceira posição entre os principais produtores mundiais. No total, o Setor de Duas Rodas gera em suas indústrias cerca de 20 mil empregos diretos.

MOTOCICLETAS
BICICLETAS
Frota Nacional: mais de 20 milhões
Frota Nacional: mais de 70 milhões
Produção anual: cerca de 1,7milhão de unidades
Produção anual: mais de 4 milhões
de unidades
5º maior produtor mundial
3º maior produtor mundial
 Fonte: Moto esporte

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