O procurador-geral do Ministério Público de Rondônia Héverton Aguiar já avisou: se o Tribunal de Justiça não julgar a suspeição de desembargador Walter Walterbert que votou a favor da soltura do ex-prefeito Roberto Sobrinho (PT) após ser preso pela Operação Luminus, ele irá apelar ao Conselho Nacional de Justiça. Walterbert é co-réu em uma ação civil pública junto com Roberto Sobrinho e, segundo o MP, deveria ter declarado sua suspeição.
A exceção de suspeição será julgada nessa segunda-feira 22 e, caso o colegiado dos desembargadores julgue procedente o pedido de suspeição do MP, a liminar do habeas corpus poderá ser casada e Sobrinho voltar para a cadeia. Em nota, o desembargador Walterberg Junior disse que trata-se de perseguição do MP e que o "procurador Hérveton Aguiar age estimulado por sentimentos mesquinhos de vingança.
O resultado final do julgamento de segunda-feira tem lá sua importância, principalmente se Roberto Sobrinho voltar para a cadeia, mas o fato mais preocupante é a crise institucional do Ministério Público e Tribunal de Justiça de Rondônia, uma guerra aberta através de mídia entre dois representantes respeitados que mais deveriam estar atuando juntos como sempre foi em outras operações como a Dominó e recentemente a Termópilas.
Será uma guerra sem vencedores, mas de vendidos, porque o Pleno mande Sobrinho de volta para a cadeia, o estrago já está feito. A decisão pode mostrar que Waltemberg erro ao não firmar sua suseição e, de certa forma chamusca uma carreira na magistratura tão bem construída. Pelo lado do MP, o prêmio será de consolação. O êxito da operação foi prejudicado com a soltura do chefe de do sub-chefe da quadrilha da Emdur.
O MP tem lá suas razões para ficar indignado com a decisão do TJ. Rondônia foi o único Estado dentre os doze atingidos pela Operação Luminus que relaxou prisão de acusados nos esquemas de corrupção desbaratados. Pior: justamente no ano em que um procurador rondoniense foi escolhido para coordenar uma operação nacional contra a corrupção. Talvez essa seja o motivo da "vingança" do MP contra a decisão de Waltemberg.
Quem saiu ganhando, pelo menos até agora, foi Roberto Sobrinho que agora se passa por bom moço como se estivesse sido a figura política mais proba que o município já teve. Com passe livre nas redações sedento por mídia, o ex-prefeito afirma que vai provar sua inocência e que sua prisão vai manchar sua trajetória política para o Senado ou Governo em 2014. Só em Rondônia mesmo.
Fonte: Jornal Rondocristão - Maio/2013.
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