domingo, 26 de agosto de 2012

VANDALISMO


Augusto dos Anjos
 Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradições intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários mediewvais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespêro dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos !

                         Pau d'Arco - 1904.

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