Nas grandes guerras havia sempre um combatente que estava de colete e com um escudo. Ele não portava armas e era o responsável em socorrer os feridos. Era um médico e usava no “colete” uma Cruz vermelha.
Nem o inimigo poderia alvejá-lo segundo as convenções de Genebra. Nas prisões ou nos acampamentos de refugiados, (Ilha de Guantánamo) somente os integrantes do Comitê International Genéve, a Cruz Vermelha Internacional ou do Crescente Vermelho nos países islâmicos, podiam e ainda podem entrar e sair das prisões e acampamentos, em qualquer hora do dia ou da noite, sem serem revistados ou incomodados e, por não se envolverem nas questões militares ou políticas das partes envolvidas no conflito, eram dignos de confiança e podiam exercer suas atividades humanitárias livremente com a missão de constatar se os presos são humanamente bem tratados.
Esses integrantes, todos, eram “escudados”. Mesmo processo é usado pelos coletados da ONU para transitarem nas áreas conturbadas auxiliando as vitimas. Por fim, nas tribos indígenas africanas são usadas determinadas marcas ou tatuagens, submetendo-os até mesmo a dor, as quais passam a identificá-los como integrantes de uma “tribo”.
Estes, sem qualquer interesse diferente ao de serem, apenas, identificados como integrantes de um “Clã” ou de um “Grupo”. Suas tatuagens não eram escudos, mas eram suas marcas.
Nesse mês (julho) tão especial, quero parabenizar a todos os amigos motociclistas escudados e lembrar que ser um “coletado” não significa, apenas, usar um distintivo nas costas identificando-o como integrante de um moto-clube ou moto-grupo, mas sim, aumentar sua responsabilidade tal qual era a responsabilidade daqueles médicos das guerras, auxiliando todo e qualquer semelhante em suas aflições, sejam motoristas, pedestres, motociclistas ou motoqueiros. Devemos agir com solidariedade pelo próximo tal qual o Comitê International Genéve que atua doando alimentos, remédios e, principalmente, carinho e amor àqueles necessitados, o mesmo fazendo os “escudados da ONU”.
Finalmente, agora escudados ou não, que sejamos vistos como integrantes de um “Clã” ou uma “tribo” sem quaisquer interesses individuais, com valores exclusivamente humanitários e de comportamentos voltados a igualdade, irmandade e fraternidade marcas do verdadeiro motociclismo. Lembremos meus amigos, que JESUS, que não tinha motocicleta, não era e nem precisava ser escudado, não usava colete, mas é e será eternamente nosso líder, nosso caminho e a nossa vida. Parabéns à todos os amantes do motociclismo, coletados ou não.
Fonte: Autor do Texto - Cel Dario Cony -Motociclista Brevetado, com o CFoMES - Curso de Formação de Motociclistas Escoltas e Segurança da Polícia Militar do RJ - www.mototour.com.br
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