Um novo tipo de radiofármaco (medicamento marcado com material radiotivo) , capaz de detectar com mais precisão, tumores neuroendócrinos já está disponível no Brasil, segundo anúncio feito no sábado durante o Simpósio Villas Boas sobre Tumores Neuroendócrinos, em Brasília Esse tipo de tumor é derivado de células dosistema endócrino e pode estar localizado em qualquer parte do corpo, sobretudo no pâncreas, nos pulmões e no intestino, explicou o médico nuclear indiano Vikas Prasad, uma das maiores auoridades do mundo em câncer neuroendócrino.
A doença tem diagnóstico difícil e é considerada rara, já que acomete cinco pessoas em cada greupo de 100 mil habitantes. Mas os casos, segundo Prasad, vêm aumentando de forma signficativa nas últimas duas décadas. O médico avaliou que a chegada do novo tipo de radiofámaco ao Brasil é importante em razão da numerosa população e da disponibilidade de profissionais capacitados para o diagnóstico e o tratamento. "É uma terapia cara, mas de custo aceitável. Por que sair do páis quando se pode oferecer esse tipo de tecnologia aqui? O diagnóstico precoce do câncer neuroendócrino é importante para evitar a metástase (estágio mais avançado do câncer), e o Brasil tem profissionais capacitados para isso", destacou.
Até então, o diagnóstico desse tipo de cãncer no páís era feito por meio de tomografias e ressonãncias magnéticas, que permitem uma visualização limitada do tumor. Já o novo radiofármaco permite uma resolução até três vezes melhor, além de identificar lesões menores. O cirurgião oncológico do Instituto Nacional do Câncer (Inca) Rinaldo Gonçalves ressaltou que o novo tipo de radiofámaco permite um exame mais ráido, sem necessidade de o paciente voltar no dia seguinte para repetir o procedimento médico. "O médico vai saber o quão extensa é a doença e tratá-la melhor", disse Gonçalves.
Não há um levantamento oficial de quantos brasileiros são acometidos pelo câncer neuroendócrino, mas um comparativo indica que o Inca acompanha, todos os anos, cerca de 500 casos de carcinoma (tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais), enquanto os casos de tumor neuroendócrino somam apenas 30 ou 40 no mesmo período.
Fonte: Revista Saúde
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