Por mais que saibamos de problemas, só nos sensibilizamos quando realmente acontece próximo a gente.
Pois é, o fato é que dois dos maiores problemas para os motociclistas estão cada vez mais próximos. Faixas pintadas no chão, na chuva reduzem o coeficiente de aderência do asfalto para menos da metade. Quando vemos essas faixas durante a chuva podemos nos prevenir e evitar frenagens, inclinações e até aceleração evitando assim um acidente. As faixas poderiam ser com pedriscos que oferecem aderência, como são utilizadas em aeroportos, mas nas ruas, avenidas e estradas infelizmente não são. Elas são à base de tinta óleo, sendo extremamente perigosa quando chove, nunca freie, acelere ou incline em uma faixa sinalizadora.
Porém esse não é o maior dos perigos, o grande problema é quando as vias são reformadas e ao invés de retirar a sinalização antiga cobrem com tinta óleo da cor do asfalto, causando um grande problema aos motociclistas. Quando entramos com o piso molhado em uma curva e passamos por uma faixa pintada dessas, perdemos totalmente a aderência, e o pior, se não estivermos 100% atentos é quase que inevitável o acidente.
Bom, esse assunto parece ser redundante, porém o mais grave é a conseqüência de um tombo, o que acontece depois de cair, o que vai absorver o impacto.
Costumo dizer que quando caímos em uma curva escorregamos diretamente ao “fatiador de motocilistas”, popularmente conhecido como guard rail. Eles são feitos para automóveis e nunca, mas nunca foram pensados para motociclistas. O fato é que a lâmina de absorção de impactos fica a mais ou menos 90cm. Quando escorregamos, podemos passar por baixo dele acertando em cheio as finas lâminas de sua sustentação.
O motociclista pode estar a 60 km/h, com protetor de coluna, macacão de couro, capacete top de linha e nada disso adianta, pois será cortado ao meio. Sem derramar muito sangue na matéria com imagens, mas basta procurarmos no Google “acidentes de motos com guard rail” para entendermos a gravidade do assunto.
Em pesquisas da revista motociclismo espanhola, há alguns anos, apontou que 52% das mortes em acidentes de motos na Espanha eram causadas pelos guard rail. Acidentes que se tivessem um muro, ou guard rail com duas lâminas paralelas ou uma mais larga (até o chão), o motociclista teria o impacto distribuído por todo corpo. Poderia quebrar uma perna, um braço, ficar dois meses em repouso, mas possivelmente continuaria vivo. Jorge Lourenço adotou essa campanha há tempos, levando em suas comemorações na MotoGP bandeiras anti guard rail.
Há poucas semanas um restaurador de motos famoso, o Andre Nasser caiu bem devagar em uma curva e bateu com a perna no guard rail. O fato que sua perna foi amputada violentamente. Inúmeros acidentes acontecem diariamente com conseqüências fatais. Enquanto as autoridades competentes não vestem a responsabilidade, vai de nós como “motociclistas” prever e diminuir as chances de acidentes. Ande primeiro procurando faixas pintadas nas estradas, para nunca ser pego de surpresa, o pânico é nosso pior inimigo! Se entrarmos em uma curva com guard rail, por melhor que seja a curva, por melhor que esteja o asfalto, fique sempre longe do seu limite de velocidade e inclinação, o impossível também pode acontecer! Um animal racional ou irracional pode atravessar na sua frente, ou mesmo uma pane mecânica basta para te levar para o chão. Apostar na adrenalina é extremamente perigoso e não vale a pena, principalmente porque se trata de sua vida.
Fonte: Colaborador motociclista Mário Beraldo
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